Descrição de chapéu Obituário Caio César Nunes Oliveira (1986 - 2020)

Mortes: Com os próprios sonhos, deu vida a desenhos animados

Caio César Nunes Oliveira deu voz ao personagem Rick Sanchez nas primeiras temporadas do desenho animado 'Rick and Morty'

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São Paulo

Formado em administração de empresas com ênfase em comércio exterior, Caio César Nunes Oliveira tinha um emprego fixo e estável ao lado do pai, na empresa da família, mas não estava feliz.

Apaixonado por desenhos animados e tudo o que se relacionava à voz, um dia, Caio jogou a estabilidade para o alto e apostou no sonho de ser dublador.

"Por causa da voz, na época da faculdade, o Caio era chamado para discursos, e na formatura, foi o orador da turma. Ele também adorava fazer imitações", conta a esposa, a neuropsicopedagoga Mariana Sak Morán Oliveira, 35.

Caio César Nunes Oliveira (1986-2020) e a esposa Mariana Sak Morán Oliveira
Caio César Nunes Oliveira (1986-2020) e a esposa Mariana Sak Morán Oliveira - Arquivo pessoal

O primeiro curso que fez, com Nelson Machado —dublador do Kiko, do seriado "Chaves"—, o colocou no caminho do sucesso.

Caio deu voz ao personagem Rick Sanchez nas primeiras temporadas do desenho animado "Rick and Morty" e deixou o projeto por vontade própria. Também emprestou sua voz ao Mime de Benetnasch em "Os Cavaleiros do Zodíaco", entre outros trabalhos.

Trilhar o caminho da dublagem exigiu muito estudo, sacrifícios e uma seleção de cursos, pois Caio acreditava que o profissional precisava se reciclar. De aluno tornou-se professor e ministrou aulas na Dubrasil Central de Dublagem.

Durante a pandemia de Covid-19, foi um dos poucos dubladores que continuou a trabalhar presencialmente. Segundo ele, em nome dos fãs.

Destemido e bondoso, com certa dose de ingenuidade, distribuiu abraços e sorrisos por onde passou. "Ele era puro e amoroso, e ajudava as pessoas sem esperar nada em troca", diz a esposa.

Caio e Mariana foram apresentados por um amigo na época da faculdade. Estavam juntos há 17 anos e casados havia cinco. Nelson Machado, o primeiro professor de dublagem, apadrinhou a união.

Caio morreu dia 4 de novembro, aos 34 anos, após sentir-se mal em casa. Na semana anterior, ele havia sido internado com pico de glicemia, mas medicado e liberado.

Além de Mariana, ele deixa os cães Bolota e Pomelo e a passarinha Jhonna, os quais considerava como filhos.

Atualmente, Caio trabalhava como dublador e diretor de dublagem.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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