Catalina Escribano Palomino ou dona Cathy, como gostava de ser chamada, vivia a frente do tempo. Dona de um coração livre de preconceitos, acolhia e prestava solidariedade a mulheres separadas que precisavam de trabalho.
Cathy levava as crianças para a sua casa e cuidava como se fossem filhos. Duas delas, Caio e Priscila, tornaram-se parte da família.
Prioridade para ela significava dedicar o tempo para cuidar dos pequenos, pois colocava as crianças em primeiro lugar.
Cathy nasceu em Madrid, Espanha, e lá casou com Casimiro Martinez Gonzalez, já falecido.
O casal chegou ao bairro do Ipiranga no final dos anos 1950 e anos mais tarde, mudou-se para Vila Arapuá, na região do Sacomã, ambos na zona sul.
Do casamento, nasceram os filhos Roberto e Fernando. A eles Cathy mostrou no dia a dia como respeitar o próximo em suas fraquezas.
Casimiro estava com emprego garantido na indústria automobilística, na Vemag —adquirida pela Volkswagen em 1967.
Enquanto o marido trabalhava, Cathy cuidava dos filhos e exercia sua religiosidade e solidariedade com participação em atividades comunitárias.
A exemplo de Casimiro, priorizou educação de qualidade aos filhos até a universidade e por isso abriu mão de bens materiais.
Os hábitos culinários cultivados em Madrid eram misturados à sua criatividade para os almoços dominicais. Cathy preparava como ninguém Lulas en su tinta, um dos preferidos.
Segundo o filho, o empresário Roberto Escribano Martinez, 54, há dez anos, Cathy passou a manifestar mal de Alzheimer e nos últimos três precisou de cuidados especiais em uma casa de repouso.
O estado de saúde debilitou e Cathy morreu dia 16 de novembro, aos 86 anos. Deixa os filhos Roberto e Fernando, e as netas, Ana Luisa e Gabriela.
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