O mestre Keizen Ono, ou Ono Sensei, como era conhecido, foi um dos primeiros praticantes de aikido no Brasil.
Por meio da arte marcial, aprendeu e depois ensinou seus alunos a lidarem com os conflitos harmoniosamente, segundo prega a modalidade.
“Vencer a si próprio era o lema do aikido que guiava a sua vida”, diz o filho, o bancário Daniel Yuji Yonamine Ono, 39.
Nascido em Tóquio, no Japão, Ono foi o primogênito de seis filhos. Aos nove anos, desembarcou com a família no porto de Santos (72 km de SP).
O primeiro contato com o aikido ocorreu pelo livro escrito pelo fundador da arte, Morihei Ueshiba. Quando chegou a São Paulo, a prática ainda não existia no Brasil e Ono se iniciou no judô. Após quatro anos, recebeu a faixa preta.
Em março de 1963, o aikido é implantado Brasil e Ono matriculou-se na primeira academia da América latina. Além da arte marcial, aprendeu também técnicas de shiatsu e acupuntura.
Em 1967, começou a ministrar aulas de aikido e exercer a profissão de acupunturista, ao mesmo tempo. “Ele oferecia sessões gratuitas a quem não tinha condições de pagar”, conta Daniel.
Anos mais tarde, fez duas viagens ao Japão para aprimorar suas técnicas.
Obstinado em relação às próprias fraquezas, Ono sempre via o lado positivo das coisas. As dores na região do fêmur, ocasionadas pelo desgaste, eram para ele sinais de que estava vivo.
Dedicou-se ao esporte até antes da pandemia de Covid-19, quando trocou o aikido por canções de ninar para as netas bebês, pois era apaixonado por crianças.
Ono Sensei morreu dia 22 de novembro, aos 95 anos, de broncoasfixia. Deixa a esposa, oito filhos, netos e bisnetos.
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