Descrição de chapéu Coronavírus

Pandemia leva 60% dos eleitores a evitar o transporte público em SP, mostra Datafolha

Pesquisa também mostra salto na adesão a táxis e aplicativos e aumento de deslocamento a pé

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São Paulo

Seis em cada dez eleitores da capital paulista têm evitado o transporte público, como ônibus e metrô, em razão da pandemia do novo coronavírus, mostra pesquisa Datafolha. O levantamento ainda revela que a população tem dado preferência aos deslocamentos a pé e ao uso de táxis ou carros de aplicativos.

A recusa em enfrentar trens e coletivos é majoritária em todos os estratos da pesquisa, mas alcança as maiores taxas entre os que cursaram o ensino superior (69%) e os mais ricos, com renda acima de dez salários míninos (69%). Já entre os mais pobres (com renda de até dois salários) e com menos escolaridade, o índice de quem evita o transporte público cai para 57%.

Dados da ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) mostram a queda na utilização das redes do Metrô e da CPTM em São Paulo. Setembro deste ano registrou 45% menos passageiros nesses modais do que no mesmo período de 2019.

Mensalmente, o número de viagens de passageiros em trens e metrôs em São Paulo no ano passado variou entre 174,2 milhões e 210 milhões, com média de 192,3 milhões de registros ao mês. Este ano, o máximo alcançado foi em fevereiro, quando 182,8 milhões de pessoas foram transportadas. Em abril, mês de maior queda (80%), foram apenas 46 milhões de viagens. Em setembro, esse número subiu para 96,7 milhões.

A redução também foi sentida nos ônibus da capital paulista. Em setembro, a ocupação dos coletivos foi 43,2% menor do que no mesmo mês de 2019, segundo a SPTrans (empresa municipal que gerencia o transporte público).

O receio da contaminação pelo novo coronavírus ainda fez disparar o deslocamento a pé na cidade. Segundo o Datafolha, 78% dos entrevistados afirmaram que têm feito mais trajetos andando durante a pandemia. A opção é majoritária em todos os estratos pesquisados, mantendo-se acima de 73% em todos eles.

A opção pelo transporte individual também cresceu. A pesquisa mostra que 48% dos eleitores têm feito mais viagens utilizando táxi ou veículos de aplicativos de transporte de passageiros. A adesão tem sido mais frequente entre os mais jovens, entre 16 e 24 anos (56%), e os com renda média entre cinco e dez salários mínimos (58%).

Já o aumento do uso do carro é citado por 39% dos entrevistados. Entre os com maior renda, o aumento de viagens com veículos foi citado por 56%, na faixa entre cinco e dez salários mínimos, e 54%, nos com renda acima de dez salários. Já entre os mais pobres, esse índice cai a 26%.

O aumento dos deslocamentos usando a bicicleta apontado por 10% dos ouvidos pela pesquisa, sendo que esse índice chega a 20% entre os mais jovens.

O Datafolha ouviu 1.512 eleitores a partir de 16 anos na capital paulista, nos dias 9 e 10 de novembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95% para todos os casos.

40% aderiram ao home office

O home office foi adotado por 40% dos eleitores paulistanos, segundo o Datafolha. Outros 58% não aderiram ao trabalho em casa e 2% não responderam.

Quase metade das mulheres (48%) tem feito home office, ante 33% dos homens. A opção foi a mais adotada entre os entrevistados jovens, com mais escolaridade e maior renda.

Na faixa entre 25 a 34 anos, 49% passaram a trabalhar em casa. Esse índice cai entre os mais jovens, de 16 a 24 anos (34%), e os com mais de 60 anos (36%).

Entre os trabalhadores com ensino superior, a medida foi adotada por 59% dos entrevistados. Esse percentual cai a 31% entre os com ensino fundamental e chega a apenas 21% entre aqueles que têm apenas o fundamental completo.

A adesão ao home office também cresce conforme a renda familiar aumenta. Na faixa dos que recebem acima de dez salários mínimos, 66% têm trabalhado em casa. Entre os que ganham até dois salários, essa taxa é de apenas 38%.

Já entre o grupo dos estão em home office, um terço (33%) diz acreditar que voltará para sua empresa. Outros 27% já retornaram ao trabalho presencial e 40% continuarão trabalhando em casa.

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