Sem pandemia de Covid-19, expectativa de vida do brasileiro sobe para 76,6 anos

Índice de 2019 aumentou três meses com relação ao ano anterior, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta (26)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rio de Janeiro

Dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a expectativa de vida ao nascer no Brasil chegou aos 76,6 anos em 2019, ainda antes da pandemia da Covid-19.

As mulheres ainda têm expectativa de vida maior, de 80,1 anos, dois meses e 23 dias maior do que no ano anterior. Entre os homens, esse número é menor, ficando em 73,1 anos, um acréscimo de três meses e sete dias.

A melhora da expectativa de vida em 2019 decorre também do fato de o país ter reduzido a mortalidade infantil. No ano passado, foram 11,9 registros de mortes de crianças de até 1 ano para cada mil nascidos vivos —eram 12,4 em 2018.


Os dados divulgados nesta quinta são do ano passado, quando o Brasil ainda não havia sido atingido pela chegada do novo coronavírus, que até o momento já tirou a vida de mais de 1,4 milhão de pessoas em todo o mundo, sendo mais de 170 mil brasileiros.

De acordo com o IBGE, desde 1940, a esperança de vida aumentou em 31,1 anos no Brasil. Já a taxa de mortalidade infantil despencou 91,9% desde essa mesma época, quando chegava a 146,6 óbitos por mil nascimentos.

A pesquisa indica que é aos 20 anos que a mortalidade masculina atinge seu pico. Em 2019, um homem dessa idade tinha 4,6 vezes mais chances de não chegar ao seu 25º aniversário do que uma mulher da mesma faixa etária.

Segundo Fernando Albuquerque, demógrafo do IBGE, isso ocorreu devido à maior incidência de óbitos por causas externas ou não naturais, como homicídios e acidentes.

"Essas causas atingem com maior intensidade a população masculina jovem. A expectativa de vida masculina no país poderia ser superior à que se estima atualmente, se não fosse o efeito das mortes prematuras de jovens por causas não naturais”, afirmou.

Segundo o IBGE, de forma geral em todas as faixas houve declínio da mortalidade ao longo do tempo. Uma justificativa é o aumento da probabilidade de uma pessoa que atingiu os 60 anos chegar aos 80 dentro do país.

“A diminuição da mortalidade nas idades mais avançadas fez com que as probabilidades de sobrevivência entre 60 e os 80 anos de idade tivessem aumentos consideráveis entre 1980 e 2019”, disse Fernando Albuquerque.

Em 1980, 344 de cada mil pessoas que chegavam aos 60 anos atingiam os 80. Em 2019, esse contingente subiu para 604 brasileiros, em média.

Na análise regional, Espírito Santo (7,8 por mil), Paraná (8,2) e Santa Catarina (8,4) apresentam as menores probabilidades de um recém-nascido não completar o primeiro ano de vida. Já Amapá (22,6), Rondônia (18,8) e Maranhão (18,6) apresentam os piores números.

Mesmo os melhores estados ainda estão bem atrás dos países mais desenvolvidos do mundo. Japão e Finlândia, por exemplo, possuem taxas abaixo de 2 mortes por mil recém-nascidos. Já nos países da África Ocidental e Central, essa marca fica em torno de 90.

Na comparação com os países do Brics, o Brasil fica próximo da China (9,9). A Rússia tem a melhor marca (5,8), enquanto Índia (32) e África do Sul (27,2) apresentam números bem piores.

A maior esperança de vida ao nascer pertence ao Estado de Santa Catarina, 79,9 anos. Logo em seguida, Espírito Santo (79,1), São Paulo (78,9), Distrito Federal (78,9) Rio Grande do Sul (78,5) e Minas Gerais (78) com valores iguais ou acima de 78 anos.

No outro extremo vem o Maranhão, com esperança de vida ao nascer de 71,4 anos, e Piauí, com 71,6 anos.

Os números fazem parte da Tábua de Mortalidade do IBGE, que fornece estimativas da expectativa de vida às idades exatas até os 80 anos, com data de referência de 1o de julho do ano anterior.

A pandemia, inclusive, adiou a realização do Censo Demográfico, que seria feito neste ano. Originalmente, o estudo seria feito neste ano, mas foi adiado para 2021 por causa da pandemia. O custo estimado pelo governo para a pesquisa é de aproximadamente R$ 2 bilhões.

O censo ajudaria a pesquisa ao trazer novos dados demográficos, que seriam aferidos com mais precisão. Estima-se a atual população brasileira em 210 milhões.

A Tábua de Mortalidade é calculada a partir de projeções demográficas baseadas no Censo 2010, considerando, também, as informações dos registros oficiais de óbitos por sexo e idade.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.