Maia diz que Congresso fará plano de vacinação com ou sem governo

Presidente da Câmara quer incluir a estratégia numa medida provisória a ser votada até a próxima semana

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Brasília

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o Congresso definirá um plano de vacinação contra a Covid-19 mesmo se o governo se recusar a participar do debate.

A expectativa é que a Câmara vote nesta ou na próxima semana a MP (medida provisória) que autorizou o governo federal a aderir ao consórcio da OMS, o Covax Facility. A ideia de Maia é usar esse texto para que seja criado um cronograma e um plano detalhado de vacinação.

“É muito grave que o Brasil não defina logo um plano, não resolva de forma definitiva qual o caminho, como o governo vai trabalhar e como vai orientar o setor privado a trabalhar em relação a vacinas”, disse Maia nesta segunda-feira (7).

O presidente da Câmara sugeriu que o relator da MP, o deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), busque diálogo com o Ministério da Saúde para definir uma estratégia de vacinação. No entanto, se o governo não se dispuser a dialogar, os deputados votariam a proposta a ser apresentada pelo relator.

Segundo Maia, “as pessoas vão começar e começaram já a entrar em um certo pânico, um pânico grande” sem um plano traçado.

Nesta segunda, o estado de São Paulo divulgou seu cronograma de vacinação contra a Covid-19 com a vacina Coronavac, mesmo sem ter feito anúncio de eficácia do imunizante.

No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nas redes sociais que o governo federal oferecerá imunizantes a toda a população de "forma gratuita e não obrigatória", caso haja certificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Uma lei aprovada neste ano pelo Congresso permite que a Anvisa autorize, de forma excepcional e temporária, medicamentos e insumos usados no combate à pandemia. O prazo pode ser de até 72 horas.

Segundo Maia, em tese, essa regra pode ser usada para a estratégia de vacinação. “Mas acho que uma regra objetiva nos dá mais segurança”, avaliou.

Ainda nesta segunda, o presidente da Câmara cobrou transparência da Anvisa nas decisões sobre vacinas contra a Covid-19.

Horas após o governo de São Paulo ter anunciado o início da vacinação para janeiro, a agência divulgou uma nota na qual indica que ainda faltam vários passos para que a obtenção do registro para o imunizante Coronavac, desenvolvido pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

“A Anvisa precisa garantir uma maior transparência e seu papel de agência de estado. Não criamos essas agência ao longo dos últimos anos para que sirva a uma disputa política ou que ela tenda para um lado do jogo político”, disse Maia.

Bolsonaro trava uma batalha política com o governador de São Paulo sobre a escolha da vacina contra a Covid-19.

O governo federal aposta suas fichas na vacina em desenvolvimento pela Universidade de Oxford (Reino Unido) em parceria com a AstraZeneca. Doria, por sua vez, defende a Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela empresa chinesa Sinovac.

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