Minas Gerais tem estoque central de soro antirrábico zerado

Entrega pelo governo federal está atrasada neste mês, segundo secretaria estadual

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Rio de Janeiro

O estoque central de soros antirrábicos em Minas Gerais está zerado. O órgão da Secretaria de Saúde que distribui o soro aos hospitais do estado está sem ampolas para ministrar a substância, usada para evitar a contração da raiva após a pessoa ser ferida por animal contaminado.

Segundo nota da secretaria de Saúde do estado, o Ministério da Saúde atrasou a entrega de soros neste mês, alegando um corte de carga na companhia aérea responsável pela entrega.

Procurada, a assessoria do ministério disse que autorizou todas as 1.200 ampolas solicitadas por Minas no mês, mas não confirmou se houve efetivamente a distribuição. Ainda de acordo com a pasta, as distribuições foram regulares nos últimos dois meses e que a média de demanda no estado é de 1.083 doses mensais.​

ampolas de medicamentos são manipuladas por pessoa de jaleco
Soro antirrábico é preparado em laboratório da Funed, em Minas Gerais - Héricles Ferreira Lima Gonçalves/Funed/Divulgação

O soro antirrábico, prescrito para evitar a contração da raiva após ferimentos por animais contaminados, é distribuído pelo Ministério da Saúde aos estados e municípios a partir da produção de laboratórios públicos, como a Funed (Fundação Ezequiel Dias), em Minas, e o Instituto Butantan, em São Paulo.

A assessoria da secretaria estadual não informou o estoque atual das unidades regionais, mas afirmou que o sistema opera em um regime que permite remanejamento das reservas para suprir possíveis faltas. A reposição do estoque central está prevista para esta semana, segundo o órgão.

Mordido por um gato de rua durante uma vacinação em Belo Horizonte, o médico boliviano Diego Rolando, 30, procurou na sexta-feira (11) atendimento no Hospital João XXIII, que é referência no estado para esse tipo de caso. Ao chegar à unidade, foi informado da falta do soro e teve o nome inscrito em uma lista de espera.

“Ficamos aguardando, pegaram o nosso contato e disseram que entrariam em contato quando o soro estivesse disponível”, diz Rolando, que teve cinco ferimentos nas mãos.

Ele foi chamado novamente à unidade para receber a dosagem na segunda-feira (14). “Pediram que eu fosse o mais rápido possível, pois o soro havia chegado em pouca quantidade, apenas para as pessoas que já estavam na lista”, afirma o médico.

Segundo a assessoria do Hospital João XXIII, que atende cerca de 1.300 pacientes por ano com demanda de soro antirrábico, o estoque foi reposto ontem e não há no momento fila de espera de pacientes.

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