“Queridos amigos! Depois de uma longa batalha contra um câncer, enfim descansei. Não haverá velório e serei cremada. Obrigado pelo carinho e pelas orações. Um beijo. Amém!”.
O texto em primeira pessoa surpreendeu alguns amigos, que nem sequer sabiam que Leila Richers estava doente. Mas foi ela mesma quem ditou as palavras de seu post de despedida, publicado em sua página no Facebook no mesmo dia em que morreu, 10 de dezembro.
Assim era a carioca Leila Moura Richers: uma mulher prática e decidida, mas também dona de uma grande delicadeza e um notável senso de humor.
A beleza fez com que ela se tornasse modelo ainda na adolescência, posando para editoriais de moda de revistas como “Desfile”.
Não tardou a chamar a atenção do presidente do grupo Bloch, Adolpho Bloch, que a convidou para apresentar um noticiário na então nascente TV Manchete.
Disposta a ser muito mais do que um rosto bonito, Leila não titubeou: cursou jornalismo na UFRJ, graduando-se em 1986. No ano seguinte, já era a âncora e a editora de política do “Jornal da Manchete – Segunda Edição”, posto que ocupou por sete anos.
Na mesma emissora, ainda apresentou reportagens especiais no “Programa de Domingo” e comandou o programa de variedades “Ela e Ele”, ao lado de Luís Carlos Miele.
Em 1993, se mudou para Curitiba, para ser a âncora do “Jornal da CNT”. Trabalhou na emissora paranaense até 1998, e depois teve passagens pela extinta TVE e pela MultiRio, órgão de comunicação da prefeitura do Rio de Janeiro.
Nunca fez parte da Globo, apesar de ter sido sondada para o “Fantástico”. Leila recusou o convite, pois preferia a adrenalina dos telejornais diários. No entanto, a cúpula do canal achava que ela era bonita demais, e que iria “distrair” o espectador do “Jornal Nacional”.
Nos últimos anos, Leila Richers tinha seu próprio canal no YouTube, onde postou entrevistas até um mês antes de morrer.
Também enfrentou um câncer de fígado, que se espalhou por outros órgãos. Deixa os filhos Guilherme e Daniel, que teve com seu ex-marido Ronaldo Richers, e a neta Maria Fernanda, além da lembrança de ter sido uma das presenças mais luminosas da TV brasileira.
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