Roberto Rugiero não era somente um marchand, mas um apaixonado por arte. Era um misto de colecionador, pesquisador e antropólogo, que percorria as periferias e o interior para descobrir artistas representantes da cultura brasileira.
Roberto nasceu na capital paulista. O interesse em trabalhar com arte surgiu em 1966, ao conhecer Giuseppe Baccaro, o mais importante marchand do país na época.
Em 1970, deixou o emprego de redator de publicidade e começou a trabalhar com o dono de uma galeria no Rio de Janeiro.
Nos últimos cinquenta anos, expôs e comercializou obras, passou temporadas no exterior e esteve à frente de eventos de arte.
Em 1981, fundou a Galeria Brasiliana, em São Paulo, onde reuniu seus achados: de esculturas em madeira e cerâmica a bancos e plumária indígena, além de talhas, carrancas e tapeçarias.
“Roberto militou pela ampliação dos limites da arte. Sua ação era tão inventiva e surpreendente quanto as obras e artistas que representou. A arte popular era vasto território de seu saber e sua sensibilidade. Não se cansava de ressaltar a relevância do tema, de compartilhar detalhes e curiosidades dos artistas com os quais conviveu”, diz o advogado e colecionador de arte Lêo Pedrosa, 52, seu amigo.
“Rugiero era um homem sério, simples, acessível, de fortes convicções, extrema sensibilidade e não se deixava pautar por oportunismos de mercado. Foi admirável”, afirma Lêo.
“Hoje, a arte popular brasileira é presença obrigatória em feiras de arte, integra o acervo de grandes museus internacionais, dialoga com expoentes da arte contemporânea e é apregoada por muitos dígitos. Sem Rugiero seria impossível tal reconhecimento.”
Roberto Rugiero morreu no dia 23 de novembro, aos 78 anos, por complicações de Covid-19. Deixa os filhos Fedra e Dimitri, e as netas Bianca, Alana, Valentina e Nicole.
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