A elegância de Dora Muylaert Antunes combinava com seu gosto musical refinado: Frank Sinatra, Doris Day, Glenn Miller e Chico Buarque estavam entre os favoritos.
Ligada a tradições, perpetuou na família o costume de servir à tarde o chá das cinco, com bolos, waffles e lanches.
Filha de baianos, Dora nasceu em Botucatu (238 km de São Paulo). Na época, seu pai trabalhava como engenheiro na Estrada de Ferro Sorocabana. A família também morou em Santos (72 km da capital) e, depois, em São Paulo.
Antes de se casar, passou uma temporada com o pai nos Estados Unidos e aprimorou o conhecimento do inglês. A experiência lhe valeu o trabalho como tradutora pública juramentada do idioma.
O casamento com Fernando Augusto Nora Antunes, em 1944, rendeu-lhe anos muito felizes. Da união, nasceram quatro filhos— em 1970 perderam Flávio, que era campeão de xadrez.
Dora era conciliadora e carinhosa e vista como um exemplo para a família.
“Apesar da educação tradicional e de ser muito católica, sempre foi tolerante com as pessoas que pensavam diferente dela e tinha um diálogo aberto com os jovens. Minha mãe era uma pessoa moderna”, diz o filho, o advogado Eduardo Muylaert, 75.
Dora era devota de são Francisco e santa Terezinha. Forte como sua fé, apoiou filhos e netos. Sua alegria foi vê-los encaminhados.
Nos costumes da família que tanto amou, introduziu a tradição culinária no preparo de pratos como o cozido português —e o francês, o cassoulet—, o suflê de bacalhau e o cuscuz paulista.
Dora Muylaert Antunes teve morte natural no dia 1º de dezembro, aos 97 anos. Viúva, deixa três filhos, duas noras, netos, bisnetos e um irmão.
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