Leonor Rufino costurou muito bem sentimentos, emoções e traços de personalidade. Foi tão feliz neste entrelaçamento que, ao longo de 58 anos, atraiu o carinho e a atenção daqueles que cruzaram seu caminho.
Crítica, exigente, brava e temperamental; carinhosa, doce, gentil, valente com a vida e na forma de amar.
Equilibrava momentos de austeridade com doses de flexibilidade e lógica. “Para a Leonor, a vida tinha que ser conivente com a ideologia que defendia. Ela pedia o tempo todo que as pessoas agissem com lógica”, afirma o agente de viagens Gerson Pereira, 56, seu irmão.
“Para ela não existia a palavra não. Leonor sabia exatamente o que era não. Ela arriscava no que enxergava e quando via possibilidades o não tinha que ser sim”, conta.
“Nós tínhamos uma ligação muito próxima. Como irmãos fomos um caso de sucesso. Cada bronca que Leonor dava em mim era um upgrade. Aprendi muito com ela”, diz Gerson.
Natural de São Paulo, Leonor nasceu em Itaquera (zona leste), onde os pais trabalhavam como comerciantes.
Formada em psicologia pela Universidade de Mogi das Cruzes, especializou-se em psicanálise. Ela era membro do Departamento de Psicologia do Instituto Sedes Sapientiae e atuava em consultório particular.
A rapidez e assertividade no diagnóstico a tornou uma psicanalista brilhante e eficiente.
Naturalmente sofisticada, era apaixonada por artes, design e moda. Entre as muitas habilidades, estavam a culinária e a facilidade para lidar com dinheiro.
Inteligente e bem informada, Leonor gostava de aprender e foi o que fez durante o tratamento contra um câncer. Valorizou o tempo com ensinamentos. Aprendia e ensinava o novo, como uma música, um livro ou prato na culinária.
Leonor Rufino morreu dia 10 de dezembro por complicações do tratamento contra um câncer. Divorciada, deixa a filha Kika Rufino.
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