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Saúde prevê vacinação contra Covid na 'melhor hipótese' em 20 de janeiro e, na 'pior', em 10 de fevereiro

Oferta, porém, deve ocorrer apenas se laboratórios tiverem autorização na Anvisa; pasta condiciona finalização de acordos para compra de doses à aval na agência

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Brasília

Após dar estimativas para início da vacinação contra Covid-19 que variavam de dezembro a março, o Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (29) que planeja iniciar a estratégia no país entre os dias 20 de janeiro e 10 de fevereiro.

Segundo o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, a previsão considera três margens de datas.

"Na melhor hipótese, nós estaríamos começando a vacinação a partir do dia 20 de janeiro. Num prazo médio, entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro, e no prazo mais longo a partir de 10 de fevereiro", informou.

Franco, no entanto, ressaltou que a medida deve depender de "uma série de fatores, inclusive logística". O principal, porém, seria os laboratórios obterem autorização na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Élcio Franco, Secretário-Executivo do Ministério da Saúde, em reunião da pasta em junho de 2020
Élcio Franco, Secretário-Executivo do Ministério da Saúde, em reunião da pasta em junho de 2020 - Anderson Riedel/PR

"Para iniciarmos a vacinação, nós precisamos que os fabricantes obtenham o registro junto à Anvisa, e que eles entreguem doses suficientes para que sejam distribuídas. Se o distribuidor obtiver o registro e eventualmente não tiver dose suficiente para para distribuir... entenda: o Ministério da Saúde enquanto Ministério da Saúde tem feito a sua parte, fizemos o plano [nacional de imunização], estamos com a operacionalização pronta, nos preparando para esse grande dia, mas precisamos que os laboratórios solicitem o registro", afirmou o secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Medeiros.

A declaração ocorre em meio a críticas de demora da pasta na negociação de doses da vacinas contra a Covid-19 e na previsão para início da vacinação.

Em todo o mundo, mais de 4 milhões de doses de vacinas já foram aplicadas em diversos países. O Reino Unido foi o primeiro a começar a sua campanha vacinação, e já aplicou mais de 800 mil doses.

Nos Estados Unidos, a campanha, que teve início no dia 14 de dezembro, já foram aplicadas mais de 2 milhões de doses até a última segunda-feira (28).

Na América Latina, Chile, México, Costa Rica e Argentina já iniciaram suas campanhas de vacinação.

Em momentos anteriores, o Ministério da Saúde já deu previsões de vacinação que variavam de março, dezembro, janeiro e, na última delas, fevereiro.

"O ministério tem pressa, sente a angústia da população, mas prima como foi falado pela segurança e eficácia da vacina", disse Franco, que condicionou a assinatura de novos contratos para compra de doses à aprovação de vacinas na Anvisa.

Ele negou que haja preferência por imunizantes. "Não selecionamos vacina A ou B, do país mais próximo ou mais afastado", afirmou.

O Brasil possui acordo para, até o momento, 142,9 milhões de doses, sendo 100,4 milhões pelo acordo com a Universidade de Oxford/AstraZeneca e mais 42,5 milhões pelo Covax Facility. Mais 160 milhões de doses devem ser produzidas pela Fiocruz no segundo semestre de 2021.

O país negocia com a Pfizer/BioNTech a compra de mais 70 milhões de doses, mas a farmacêutica tem previsão de entrega de no máximo 8,5 milhões de doses ainda em 2021. O governo afirmou que deve incluir outros laboratórios nos acordos, entre eles a fabricante Sinovac, que desenvolve vacina em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, a Sputnik V, do governo russo, a empresa de biotecnologia indiana Bharat Biotech, e a Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.

Até o momento, a previsão para chegada das primeiras doses da vacina da Oxford é dia 8 de fevereiro, equivalente a 1 milhão de doses. O governo de São Paulo pretende iniciar a vacinação no dia 25 de janeiro, com as 10 milhões de doses já em território brasileiro da Coronavac, a vacina da Sinovac.

Segundo o ministério, a ideia é que a vacinação ocorra em etapas, iniciando por meio de grupos prioritários.

Entre esses grupos, que são trabalhadores da área de saúde, idosos, indígenas e pessoas com comorbidades (como diabetes, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras), professores e membros das forças de segurança e salvamento.

Entram ainda na lista trabalhadores de educação (e não apenas professores), populações quilombolas e ribeirinhas, pessoas em situação de rua, pessoas com deficiência severa, trabalhadores do transporte coletivo, transportadores rodoviários de carga e população privada de liberdade.

O ministério, porém, ainda não divulgou um cronograma completo para aplicação das doses.

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