Descrição de chapéu Obituário Sandra Ângeli Serra Alves Paulino (1964 - 2021)

Mortes: Reviveu as alegrias da infância antes de partir

Sandra Ângeli Serra Alves Paulino era casada e tinha dois filhos

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São Paulo

As lembranças que a advogada Sonia Calil Elias Rocha, 57, guarda da prima Sandra Ângeli Serra Alves Paulino são da época em que era permitido ser inocente.

Sonia e a irmã Simone visitavam com frequência Sandra e os irmãos Éder, Solange, Francisquinho e Silene. As brincadeiras entre os primos aconteciam no quintal de terra da casa de Sandra, no Jardim União (zona leste), que era uma extensão da rua. Não havia portão, medo ou perigo.

O aroma de café com leite a faz recordar da hora do lanche da tarde, quando a bebida quente era servida com o pão do tipo bengala, fresquinha e cheia de margarina.

Sandra Ângeli Serra Alves Paulino (1964-2021)
Sandra Ângeli Serra Alves Paulino (1964-2021) - Facebook de Sandra Ângeli Serra Alves Paulino

A infância de Sandra foi paupérrima. Paulistana, era a terceira de cinco filhos. O pai, Francisco, trabalhava como barbeiro e a mãe, Maria, dedicava-se ao lar e às crianças.

Ao contrário da pobreza material, a família tinha união, alegria e amor em abundância.

O tempo passou e as primas perderam o contato por cerca de 25 anos. No período, Sandra fez faculdade de Gestão em RH e conseguiu emprego na área. Em paralelo, dedicou-se ao marido Adilson José Alves Paulino e aos filhos Gabriel e Rafael. Tornou-se mãe do tipo superprotetora.

Em 2021, Sandra e Adilson completariam 31 anos de casados. Um câncer de mama colocou um ponto final na história de Sandra. Ela morreu no dia 7 de janeiro, aos 56 anos, por complicações da doença. Além do marido e filhos, deixa a mãe.

“Lutamos mais pelo arroz e feijão do que pelos afetos”, afirma Sonia.

As duas não tiveram tempo para o último abraço. Sonia, que hoje mora na cidade mineira de Juiz de Fora, conta que um dia, em julho de 2020, acordou com aperto no coração e saudades de Sandra.

Após busca nas redes sociais conseguiu encontrá-la. A pandemia de Covid-19 e a distância permitiram apenas as conversas por telefone e troca de mensagens, que cessaram quando Sandra perdeu a consciência pouco antes de partir.

“Os encontros e a convivência com as pessoas que amamos não podem ficar para depois”, diz Sonia.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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