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PF investiga contratos ligados à pandemia da Covid-19 no Piauí

Polícia Federal cumpre 18 mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (12)

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Teresina

A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (12) 18 mandados de busca e apreensão em cinco cidades dos estados do Piauí, de São Paulo e do Rio Grande do Sul em uma operação que investiga suposto desvio de recursos utilizados no combate à pandemia de Covid-19.

A operação investiga contratos firmados pela Secretaria de Saúde do Piauí, estado administrado pelo governador Wellington Dias (PT), que preside o consórcio de governadores do Nordeste.

Operação da Polícia Federal investiga contratos relacionados à pandemia no Piauí Crédito: Polícia Federal / Divulgação - Polícia Federal / Divulgação

Avaliados em R$ 33 milhões, os contratos investigados foram assinados com três empresas para compra de equipamentos hospitalares, medicamentos, insumos e estruturas modulares para instalação de hospitais de campanha.

Todos eles foram firmados com dispensa de licitação, modalidade de compra permitida com o decreto de emergência da pandemia

“Os contratos investigados demonstram a formalização de processos administrativos em desacordo com a legislação específica, notadamente no que se refere à publicidade, acarreando contratos suspeitos com empresas que não possuem condições técnicas de atender ao objeto contratado", informa nota divulgada pela Polícia Federal.

O inquérito apura possíveis crimes de fraude à licitação, superfaturamento, falsidade ideológica e organização criminosa.

Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A operação tem participação de cerca de cem policiais federais e sete auditores da Controladoria-Geral da União. As buscas ocorrem nos municípios de Teresina, Joca Marques e Parnaíba, no Piauí, além de Pelotas (RS) e São Paulo.

Em entrevista à imprensa, a delegada da Polícia Federal responsável pelo inquérito, Milena Soares Caland, , informou que dez pessoas são investigadas, entre elas seis servidores públicos, um com foro privilegiado, três empresários e um advogado. A PF não divulgou os nomes.

De acordo com a delegada, há indícios de que pagamentos foram antecipados para empresas. O superfaturamento de preços pode chegar a 193%, segundo a PF.

A delegada citou exemplos como a compra de cama Fowler, que no mercado é de R$ 1.123,00 e foi vendida para a governo do Piauí por R$ 2.700. Foram investigados contratos realizados entre os dias 19 de março a 26 de maio de 2020.

A operação foi batizada com o nome Campanile, uma palavra de origem italiana que significa torre que contém sinos. “No sentido figurado é interesse de pequeno grupo de indivíduo em alusão aos núcleos organizacional e empresarial investigados”, diz a PF.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Piauí informou que colabora com as investigações da Polícia Federal e destaca que agiu com "transparência e seriedade durante todo o trabalho de combate a pandemia", destacando que todos os procedimentos contratuais e licitatórios obedecem ao que prevê a legislação.

O Piauí registra alta nos casos da Covid-19 nos últimos dias com aumento de 30% do número de novos casos, de acordo com a média móvel. São 2.915 óbitos e mais de 148 mil casos confirmados.

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