Em vídeo, influenciadores digitais e artistas explicam por que os jovens não aguentam ficar em casa

Personalidades conscientizam faixa etária sobre a importância do isolamento social

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São Paulo

Para entender por que muitos jovens estão em bares, baladas e até festas clandestinas, mesmo no auge da pandemia, a Folha ouviu jovens que os jovens gostam de ouvir. Influenciadores digitais e artistas, entre 16 e 30 anos, elencam como causas a falta de empatia, exaustão mental, fraco autoconhecimento e a atuação do governo federal.

"Falta uma orientação direta e uníssona por parte dos governos. Se nem as autoridades competentes estão levando a pandemia com seriedade e com responsabilidade, quem são os jovens para levar?", questiona a atriz Ana Hikari, 26, que tem 1,3 milhão de seguidores no Instagram. ​

Para Leo Hwan, que possui 298 mil inscritos em seu canal no YouTube, o problema está em uma "cultura da extroversão", muito exaltada no país. "A gente nunca treinou a nossa introversão, não sabemos ficar dentro de nós mesmo. A saúde mental, na cultura que vivemos, é completamente defasada."

O tiktoker Kaique Brito, 16, e a youtuber Lela Brandão, 27, ambos com mais de 350 mil seguidores nas redes sociais, e a humorista Lorrane Silva, 24, com mais de 3,1 milhões de seguidores no Instagram, apontam que ficar em casa é um ato de empatia pelas pessoas que perderam familiares e amigos queridos.

A atriz Julia Konrad, 30, que se comunica com mais de 378 mil pessoas no Instagram, discorre sobre o esgotamento físico e emocional de jovens que precisam sair para trabalhar. "Quem pode julgar essa pessoa de querer extravasar e se distrair de tudo isso?"

Na visão da poetisa Thata Alves, 29, que compartilha suas obras literárias com cerca de 23 mil seguidores, é preciso analisar o ambiente familiar complexo dos jovens de periferias. "Ele vai presenciar o pai que tem problema com alcoolismo, a mãe que é violentada dentro de casa. Sempre tem um contexto desse que a gente compreende que é uma realidade desse jovem, dessa jovem preta."

A cantora Linn da Quebrada, 30, com mais de 450 mil seguidores nas redes sociais, define o momento como desanimador para a população, que se vê desamparada pelo governo. "O vírus se muta, o vírus se transforma, e dessa forma fica ainda mais difícil contê-lo, por isso, é essencial que a gente fique dentro de casa."

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