Descrição de chapéu Obituário João André Peixoto (1959 - 2021)

Mortes: Colocou versos no concreto e criou o muro dos poetas

João André Peixoto adorava o poeta Carlos Drummond de Andrade

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São Paulo

A paixão pela poesia e a criatividade do administrador de empresas João André Peixoto atraiu a atenção de muitas pessoas para a cidade mineira Pará de Minas.

O muro da casa de sua família foi transformado em uma exposição de placas com trechos de obras de escritores e artistas brasileiros.

João André Peixoto (1959-2021)
João André Peixoto (1959-2021) - Arquivo pessoal

A ideia, colocada em prática a partir de 2002, partiu de uma conversa com o engenheiro eletricista Fernando de Souza Peixoto, 58, seu irmão. Naquele ano comemorou-se o centenário de Carlos Drummond de Andrade, o poeta preferido.

Além de Drummond, Adélia Prado, Mário Quintana, Chico Buarque e Cora Coralina, entre outros, já foram homenageados. Cada nova placa colocada no muro era motivo de festa para o artista do ano.

Segundo Fernando, Adélia Prado e parentes de Mário Quintana chegaram a visitar o local.
João morreu dia 5 de março, aos 61 anos, de câncer no pâncreas. O trabalho dos irmãos, que virou tradição na cidade, será conduzido por Fernando.

Muro dos poetas, em Pará de Minas (MG)
Muro dos poetas, em Pará de Minas (MG) - Arquivo pessoal

João nasceu em Maravilhas (MG), mas ainda criança mudou-se para Pará de Minas. A infância foi difícil e nada inspiradora para as poesias de que tanto gostava. Aos 15 anos, perdeu o pai. Algum tempo depois, foi para Belo Horizonte com dois irmãos para estudar e trabalhar.

Em 1989, a vida de João ganhou um antes e depois. Uma diverticulite o deixou entre a vida e a morte. João passou por cinco cirurgias.

Após o fato, mudou seus valores e entendeu a brevidade da vida.

Desapegado de coisas materiais, olhou para aquilo que cabia em seu bom coração: o amor, as amizades, a poesia e a nostalgia.

Uma das casas mais antigas de Pará de Minas, no bairro Nossa Senhora de Lourdes, o encantava. O local tinha a cor da sua infância. Na década de 1990, João liderou um abaixo-assinado na cidade e com mais de três mil assinaturas conseguiu o tombamento pelo patrimônio histórico.

Ultimamente, estava aposentado pela Caixa Econômica Federal. João deixa a esposa, cinco irmãos e a mãe.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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