Toda uma vida dedicada à fé. Uma, não. Três. Em uma semana, no Convento das Servas do Senhor, em Botucatu (a 210 km de São Paulo), três freiras morreram em decorrência da Covid-19.
Irmã Maria Aparecida de Oliveira, 97, foi a primeira, no dia 31 de janeiro. Quatro dias depois, em 4 de fevereiro, irmã Maria Nilda dos Reis, 80; e, por fim, irmã Luiza Conceição Ferreira, 87, dois dias depois.
No total, 11 freiras da congregação, que se dedica a “manifestar o amor de Cristo servidor a exemplo de Maria”, foram contaminadas pelo surto da doença no convento, segundo a Arquidiocese de Botucatu. No convento, eram 21 freiras antes das mortes.
A mais velha de todas, irmã Maria Aparecida de Oliveira era muito querida por todos da congregação. “Sua vida era o Evangelho vivo”, diz irmã Fátima Garcia Leal, superiora do convento, ainda abalado pelas perdas.
Dona de um sorriso contagiante, irmã Maria Nilda dos Reis tinha alma de missionária.
“De profunda unidade com Deus e zelo pelos desfavorecidos, não media esforços para levar sempre uma mensagem de esperança a todos que encontrava. Tinha grande amor a Cristo eucarístico e ao Cristo presente nos irmãos”, afirma a religiosa.
Mal acabavam de absorver as duas notícias, e as Servas do Senhor viram mais uma freira do convento não resistir ao vírus que na época já havia matado mais de 254 mil pessoas no Brasil.
Mulher de riso aberto e alma missionária irmã Luiza Conceição Ferreira “se dedicou muito à renovação Carismática, participou no início da caminhada da fé em Botucatu”, diz irmã Fátima.
Segundo a superiora, Luiza gostava muito de cantar. “Usava desse lindo dom a serviço do Reino. Alma de oração e grande contato com o povo. Verdadeira serva do Senhor que na simplicidade e no silêncio deixa marcas de amor a Deus e ao próximo”, afirma.
As três deixam irmãos, irmãs e sobrinhos, além de saudades em toda a congregação.
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