Jailson Melo Morais não era somente uma pessoa amável e fácil de se relacionar. Determinado e corajoso, seu senso de justiça sempre falava mais alto.
O amigo Rudson Pinheiro Soares, 45, jornalista, se lembra do seu jeito ao enfrentar situações de difícil solução.
“Ele repetia ‘alguma coisa tem que ser feita, peão’. “Peão era como chamava todas as pessoas de quem gostava”, diz Rudson.
Morais levou suas marcas para a vida política. Nascido em Assu (RN), estudou na Escola Agrícola de Jundiaí, em Macaíba (RN), e graduou-se em Economia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte.
Em 1986, entrou para a Petrobras como operador de produção nos campos terrestres do Rio Grande do Norte.
Dois anos depois, integrou a chapa da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras) de RN. Pelo PT (Partido dos Trabalhadores) foi candidato a vereador em 1992 e suplente de senador em 2018. Em 1996, no PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), disputou a eleição para prefeito de Assu. Também foi dirigente da Federação Única dos Petroleiros.
“Em junho de 1990, por ocasião das demissões do governo Collor, sob sua liderança, aconteceu talvez um dos atos de maior ousadia da história de lutas de nossa categoria: a ocupação do Cubículo de Santa Rita. Era o local onde passava toda energia elétrica do campo de Alto do Rodrigues. Todo o campo, incluindo áreas administrativas e operacionais, ficou sem funcionar durante mais de 24 horas, numa época em que desafiar a direção da Petrobras era praticamente pedir para sair”, conta Luiz Carlos da Silva, 56, amigo desde 1985.
“Ele era proativo e preocupado com as questões sociais. Com muita ousadia e vontade, o Jailson lutava por melhor condição de vida do povo no estado do Rio Grande do Norte. Não media esforços para buscar a libertação econômica e política das pessoas”, afirma Luiz.
Jailson Melo Morais morreu no dia 17 de fevereiro, aos 55 anos, de Covid-19. Deixa a esposa e três filhos.
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