Descrição de chapéu Obituário Antonio Carlos Malheiros (1951 - 2021)

Mortes: Mostrou o valor da empatia ao lutar por causas sociais

Antonio Carlos Malheiros se dedicou à defesa de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade

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São Paulo

Um dos ícones da justiça brasileira também foi o palhaço Totó, que por muitos anos divertiu crianças hospitalizadas à frente da Oscip (Sociedade Civil de Interesse Público) Viva e Deixe Viver.

“Ele usava o personagem para levar alento a pessoas que estavam em sofrimento. Ia desde crianças até adultos”, diz a desembargadora Maria Cristina Zucchi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, amiga desde os tempos da faculdade.

Além da brilhante atuação profissional, a vida do magistrado Antonio Carlos Malheiros —exemplo de empatia, doçura e amor ao próximo— ficará marcada pelo lado humano.

Ao longo de sua trajetória, ele se dedicou às causas sociais, em especial à defesa das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

Antonio Carlos Malheiros (1951-2021)
Antonio Carlos Malheiros (1951-2021) - Bruno Poletti - 20.fev.2015/Folhapress

Paulistano, Antonio Carlos Malheiros se graduou em direito pela Faculdade de Direito da USP. Segundo o TJ-SP, ele exerceu a advocacia antes de ingressar na Magistratura, em 1994. Em 2001, foi promovido a desembargador do TJ-SP, onde foi coordenador da Coordenadoria da Infância e Juventude, entre outras atuações.

"Entre as ações maravilhosas que ele praticou foi a colaboração para a criação da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Muitos dizem que ele era um anjo entre nós, e eu concordo. É a melhor definição que podemos dar a ele”, afirma a desembargadora.

Gentil e alegre, tinha uma palavra de carinho para quem quer que cruzasse seu caminho. “Eu o considero um ser humano insubstituível, porque ele nunca pensou em si primeiro, mas naqueles que estavam precisando. Sempre esteve preocupado em resolver os problemas sociais horríveis que a sociedade apresenta. Ele fazia palestras contando as desgraças que encontrava em favelas, entre os moradores de rua, e o seu desespero para apresentar uma solução”, conta a desembargadora.

O magistrado também tinha carreira acadêmica. Na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, era pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias e professor da Faculdade de Direito.

Também foi atuante em prol da Fundação de Rotarianos de São Paulo e do Colégio Rio Branco. Integrava o Comitê Jurídico e de Compliance da fundação, além de ter sido professor no curso de direito das Faculdades Integradas Rio Branco desde o início, em 2002.

Por sua atuação na área de direitos humanos, foi condecorado pela Câmara Municipal de São Paulo com a Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão da cidade de São Paulo.

Antonio Carlos Malheiros morreu no dia 17 de março. Ele havia iniciado tratamento contra um câncer.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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