O engenheiro Newton Soler Saintive era o único egresso ainda vivo da primeira turma do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), de 1950. Ele morreu no dia 5 de abril, aos 93 anos, em decorrência de infecção pulmonar.
Em 2010, quando o ITA completou 60 anos, Newton foi convidado de honra da festa e recebeu uma homenagem.
Referência no Brasil em aerodinâmica de aeronaves de alta velocidade, trabalhou durante 11 anos na FAB (Força Aérea Brasileira).
Quando deixou a carreira militar, ministrou aulas teóricas de aerodinâmica em uma escola de formação de pilotos. Também lecionou na EWN Aviation Ground School. As aulas não permitiram que se afastasse da aviação. “Eu explico como o avião voa”, costumava dizer.
Responsável pela formação de vários pilotos, tornou-se referência para muitos.
Newton publicou pelo menos quatro livros, todos utilizados como orientação aos pilotos. Um deles, “Aerodinâmica de Alta Velocidade”, já está em sua décima edição. O último, sobre helicópteros, não conseguiu concluir.
Segundo a produtora cultural Elisa Maria Americano Saintive, sua filha, foi considerado um grande mestre da área de exatas.
Generoso, fazia questão de dividir seus conhecimentos e gostava de ministrar aulas de matemática e física a todos aqueles que o rodeavam.
Ensinou as filhas, os netos, os enteados e os que necessitavam do aprendizado. Mostrou a eles também o valor da educação e nunca economizou dinheiro com estudos.
Mesmo tímido e quieto, sua amabilidade atraía todos para perto de si. Nas festas de aniversário sempre reunia muitos amigos.
Carioca e torcedor do Flamengo, Newton viveu em São Paulo desde que se formou engenheiro. Durante muitos anos, enquanto foi possível, a prática de esportes como a natação fez parte de sua rotina.
Newton deixa a esposa, seis filhas, nove netos e dois bisnetos. Embora sempre tivesse desejado ter um filho homem, teve em abundância o carinho e a dedicação das seis filhas.
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