O advogado Walterrir Calente Júnior, filho de Marlene e Walterrir, fazia da alegria de viver uma profissão de fé. Afinal, não seria à toa que trazia “rir” no próprio nome.
Advogado havia 16 anos, nascido e criado em Guarulhos (Grande São Paulo), atuava na área trabalhista empresarial e transformava a profissão pesada e cheia de problemas alheios em algo leve, agradável e desafiador. Por onde passava, distribuía seu sorriso grande, sincero e contagiante.
Chegou a alegrar com a irreverência até mesmo as salas de julgamento em suas sustentações orais, onde era conhecido e respeitado.
Corintiano fanático, gostava de fazer churrasco, reunir a família e os amigos. Os encontros eram regados a cerveja e música.
O tio Terrir era carinhoso e presente na vida dos sobrinhos, com quem adorava conviver —Gabriel, Guilherme, Miguel, Isadora e Estella. Sua casa era o ponto de encontro preferido, onde há duas semanas os maiores acamparam na sala.
Walterrir não teve tempo de escrever um livro como gostaria, nem deixou riquezas, mas seu exemplo marcou, influenciou e continuará sendo lembrado pela generosidade, bondade e cuidado com todos aqueles que cruzavam seu caminho, desde o cliente empresário até a copeira; do desembargador à equipe de limpeza dos fóruns.
Ele fazia questão de preservar os elos com os amigos de infância, da faculdade, da pós-graduação, de trabalho e até com os estagiários, que tanto aprenderam com esse paciente e obstinado orientador.
Não aglomerou e nem frequentava festas ou baladas. Morreu no dia 29 de março, aos 48 anos, de insuficiência respiratória. Walterrir foi mais uma vítima da Covid-19.
Deixa a esposa, Patrícia, com quem era casado havia 23 anos e tinha planos de envelhecer junto, e as filhas Beatriz, 22, estudante de oceanografia na USP e Ana Julia, 13, além dos irmãos Felipe, 34, educador físico, e Valéria, 52, também advogada.
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