Descrição de chapéu Obituário Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Filho (1935 - 2021)

Mortes: Querido por Jobim e Menescal, fundou TV no Espírito Santo

Cariê Lindenberg foi empresário, escritor e compositor

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São Paulo

A arte e a comunicação capixabas perderam um pouco de sua força nesta terça-feira (6). Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Filho, o Cariê, não resistiu às complicações de uma pneumonia e morreu.

Cariê fundou a TV Gazeta, afiliada da TV Globo no Espírito Santo. Era presidente do Conselho de Administração da Rede Gazeta. Dirigiu o jornal A Gazeta e montou uma rede de comunicação com quatro afiliadas da Globo, site e emissoras de rádio.

À frente da rede de comunicação, defendia a democracia e a liberdade de imprensa.

Constantemente buscando o que fosse mais novo, deixou essa marca em seu amplo legado profissional. Poderia ser considerado um líder, embora dissesse que nunca deu ordem a ninguém, mas sempre ouviu todos e as decisões eram tomadas em conjunto.

Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Filho ou Cariê Lindenberg, fundador da TV Gazeta, afiliada da Globo no Espírito Santo
Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Filho ou Cariê Lindenberg, fundador da TV Gazeta, afiliada da Globo no Espírito Santo - Reprodução

Entre tantos talentos, estava o de escritor e compositor.

Cariê era amigo de longa data de um dos mestres da bossa nova, o instrumentista, compositor, cantor e produtor Roberto Menescal.

Menescal, que tinha 15 anos quando a amizade entre eles começou, conta que os dois passavam as férias juntos em Vitória (ES).

“Eu comecei a tocar violão com 17 anos, e nas férias nós fazíamos serenatas. O Cariê era o cantor. Ele era apaixonado e cantava aquelas canções sofridas...Ficamos amigos até agora. Eu fui no lançamento do último livro dele”, diz.

Roberto Menescal o definiu como um homem exageradamente devotado aos amigos.

“A palavra que sempre me acompanha quando penso nele é apaixonado. Os amigos e a música eram a paixão dele”, diz.

Com certa teimosia, Menescal o compara a Vinicius de Moraes. “Ele levou uma vida do tipo...'Mas eu quero isso.' Cariê, isso você não está bem para fazer. 'Mas não faz mal se tô bem ou não; eu quero fazer'.”

“Vinicius me chamava às três horas da tarde no bar do Tom, que era aqui no Rio. 'Vinicius, se tiverem que passar a vida tomando tudo isso três horas da tarde até três da manhã vocês vão morrer muito cedo'.

Vinicius falou assim: mas quem falou que eu quero morrer tarde? Cariê era isso. Uma das últimas vezes que estive com ele falei para tomarmos um vinho leve. Ele disse que queria tomar todas e aproveitar o momento. Fomos amigos até os 85 dele e 83 meus.”

Cariê morreu dia 6 de abril em decorrência das complicações de uma pneumonia. Deixa três filhos e cinco netos.

“Acho que a turma lá em cima já está com palco pronto para ele. Não tenho dúvidas. Tom Jobim gostava muito dele, Newton Mendonça, também compositor, o Miele [Luís Carlos Miele] era apaixonado pelo Cariê", diz Menescal. "Então, já devem estar juntos por lá. Preparando para a noitada de hoje. O palco estará cheio.”

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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