Descrição de chapéu Obituário Márcia Accioly (1941 - 2021)

Mortes: 'Bonita não é a vida, bonito é saber viver'

Como jornalista, Márcia Accioly dedicou-se à cultura

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Felipe Patury
São Paulo

O verso do título integra uma das canções escritas por Márcia Accioly. Filha de uma antiga família alagoana, Márcia foi compositora, produtora musical e jornalista.

Internada em 14 de abril para tratar de Covid, venceu o vírus, mas não resistiu a uma infecção hospitalar. Morreu no dia 2 de maio, aos 79 anos.

Muito jovem, Márcia trocou Maceió por Recife a fim de estudar Letras Francesas. De volta a sua cidade natal, apaixonou-se pelo médico Ivaldo Gatto, que tinha porte de galã, talento para o vôlei e compartilhava sua paixão pela música.

Márcia Accioly (1941- 2021)
Márcia Accioly (1941- 2021) - Arquivo pessoal

Casados, mudaram-se para França, onde Gatto estudaria radiologia e radioterapia na Fundação Marie Curie e na Universidade de Paris.

À noite, frequentavam o Chez Regine, boate que, na década seguinte, se tornaria um ícone da onda disco.

No início dos anos 60, o clube era famoso por dar espaço à bossa nova e pela clientela que incluía o cineasta Marcel Camus, que convidou Márcia para participar de um de seus filmes, e o músico Michel Legrand, que elogiou suas composições.

De volta ao Brasil, Gatto abriu uma clínica de radioterapia em São Paulo. Depois que considerou os filhos Osório e Andréa criados, Márcia deu um novo caminho à sua vida. Formou-se em jornalismo na PUC e dedicou-se à cultura.

Começou a vida profissional colaborando na elaboração do catálogo da edição de 1987 da Bienal de São Paulo.

Como compositora, teve suas canções gravadas por Filó Machado, Celso Machado e Kátya Teixeira. Em 1999, suas pesquisas resultaram no CD “Das Lagoas – A Atual Música Popular de Alagoas”.

Foi assessora de comunicação do apresentador Rolando Boldrin e dos sambistas Nelson Sargento e Arlindo Cruz, entre outros.

“Na última conversa que tive com ela, prometi que, finda a pandemia, compraria uma câmera para gravar suas histórias. Só agora entendi que meu fascínio tinha menos a ver com as narrativas em si e mais com saber que antes de mim ela tantos caminhos abriu. Talvez por isso tenha sentido a necessidade de contar um pouco de sua história ao mundo” diz sua neta Manuela Gatto, 22 anos, estudante de Direito.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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