Uma promotora de justiça guerreira. Assim os colegas do Ministério Público de São Paulo definiram Maria Aparecida Rodrigues Mendes Castanho, ou Cida Castanho, como era chamada.
Ela atuava no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em Sorocaba (a 99 km de SP).
Ao longo de sua vida faltou vencer uma batalha: contra a Covid-19. Após mais de 40 dias intubada, Cida Castanho morreu no dia 5 de maio, aos 59 anos, por complicações da doença.
Nascida em uma família simples de São Caetano (ABC), Cida entrou na instituição por meio de concurso e nomeada substituta da 22ª Circunscrição Judiciária (Itapetininga) em 19 de novembro de 1997.
Cida fez história em Sorocaba pela atuação em casos emblemáticos, como a operação Casa de Papel, que investigou desvio de dinheiro, fraudes em licitações e corrupção de agentes públicos na Prefeitura de Sorocaba, e a “farra do ponto” no Conjunto Hospitalar de Sorocaba.
Amiga há mais de 25 anos, a promotora Helena Cecília Calado lembra de Cida como uma pessoa alegre, de risada larga, justa, destemida e generosa.
“Ela era ao mesmo tempo firme e só coração. A Cida é nosso maior legado. Simplesmente icônica. Deus é muito esperto. Levou Paulo Gustavo para contar piada e ela para gargalhar", afirma.
Considerada por colegas referência aos promotores, Cida Castanho tinha o poder de empolgar.
“A Cida era uma pessoa de personalidade muito forte, uma guerreira, dedicada e apaixonada pelo Ministério Público. Para ela não tinha dificuldade. Ela encarava tudo com muita força. Esse era o perfil dela. Além de ser uma espetacular mãe e esposa, entregou-se ao Ministério Público de corpo e alma”, diz o promotor Claudio Bonadia de Souza, amigo há mais de 20 anos.
O órgão publicou em seu site uma carta homenageando a promotora. O texto ressalta a paixão e a garra com as quais atuava.
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