O motorista Amauri Gama era gigante no tamanho, na alma, no sorriso e na bondade.
Natural de Belo Horizonte, sempre foi um homem humilde e “em seu lugar”, expressão que usava com os filhos para explicar a importância de nunca passar por cima do próximo.
Sua morte aos 64 anos, após complicações decorrentes de procedimento cirúrgico, chocou os funcionários do jornal O Estado de Minas, onde completaria 30 anos de serviço em 2021 e foi grande companheiro de trabalho da redação.
Amauri era quase repórter. Prestava atenção nas cenas, sabia o melhor caminho, dava dicas aos repórteres e os acalmava e apaziguava conflitos, quando necessário.
Ao seu lado, até as reportagens mais pesadas tornavam-se mais tranquilas. Amauri sabia como ninguém acalmar as pessoas.
Sua diversão era jogar damas na Praça Sete, em Belo Horizonte e assistir a filmes de ação, novelas e às partidas do América Futebol Clube.
Segundo Melissa das Dores da Silva Gama, sua filha, na família, sempre foi o pai preocupado com os filhos, principalmente em relação aos horários de entrada e saída de casa e à educação.
Amauri sentia orgulho em dizer que formou os filhos.
O jornalista Paulo Henrique Lobato, 46, trabalhou com Amauri durante 13 anos. “Ele ajudou a formar diferentes gerações de jornalistas”, afirma.
“No último churrasco que ofereceu aos motoristas, antes da pandemia, serviu um uísque de 24 anos, que ganhou de Hélio Garcia, ex-governador de Minas Gerais, quando prestou serviço a ele. Na época, disse que aguardava uma ocasião especial para abrir a garrafa”, conta Paulo.
“Ele me ensinou a humildade e a dar valor à família.”
Amauri morreu dia 14 de maio, aos 64 anos. Deixa a esposa Maria das Dores Silva e os filhos Michelle, Melissa e Marcos Vinicius.
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