Araraquara inicia abertura após uma semana de lockdown e com nova alta de mortes por Covid

Pelo segundo mês, cidade do interior de SP vê óbitos causados pela doença apresentar crescimento

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Ribeirão Preto

Primeira cidade a fazer lockdown e que adotou novamente restrições totais até este domingo (27), Araraquara (a 273 km de São Paulo) fechará junho com alta no total de mortes em decorrência da Covid-19 pelo segundo mês seguido.

Dados divulgados nesta segunda-feira (28) pelo comitê local de contingência do coronavírus mostram que os óbitos provocados pelo novo coronavírus já somam 506 desde o início da pandemia, sendo 60 deles no mês de junho.

O total, ainda antes de o mês acabar, já supera as 59 mortes causadas pela doença em maio —mês que já tinha registrado mais óbitos que em abril (49)— e confirma a escalada de casos, internações e mortes causadas pela Covid-19 na cidade de 238 mil habitantes.

Nas últimas 24 horas, foi registrada a morte de um homem de 46 anos, que tinha comorbidades e estava internado desde o dia 18 num hospital da rede pública.

Imagem mostra portas de lojas fechadas e nenhuma pessoa ou veículo nas ruas de Araraquara
Comércio fechado na rua 2, no centro de Araraquara, durante o lockdown decretado na cidade - Divulgação/Prefeitura de Araraquara

Em junho, já são 3.947 casos da doença, abaixo apenas dos 4.218 registrados em fevereiro, mês do primeiro lockdown, após a detecção da circulação da variante P.1.. Como comparação, maio teve 2.470 casos.

Do total de óbitos, 414 foram registrados em 2021, ante 92 de todo o ano passado.

O lockdown adotado duas vezes na cidade, governada pelo ex-ministro (Secom) Edinho Silva (PT), a transformou em alvo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), crítico das medidas restritivas.

“Nós temos um prefeito que não sei o que tem na cabeça dele, de Araraquara, que novamente [está] programando um novo lockdown na sua cidade, e uma cidade também que morre mais gente que a média do Brasil”, disse Bolsonaro no último dia 17, em sua live.

Foi ao menos a terceira crítica feita pelo presidente ao petista, que afirmou que Bolsonaro atacou Araraquara “de forma gratuita, do nada” e que divulgou “inverdades”.

Na cidade, seguidores do presidente também têm atacado o lockdown, o que foi alvo de uma live da secretária da Saúde de Araraquara, Eliana Honain, nesta segunda.

“Por favor, deixem-nos trabalhar, deixem-nos cuidar das pessoas que precisam. Deixem de politizar a saúde, deixem de politizar uma doença tão grave”, disse a secretária.

A cidade teve 25.430 casos até agora, o que significa que 10,66% dos 238.339 habitantes de Araraquara foram oficialmente diagnosticados com o novo coronavírus desde o início da pandemia.

A ocupação de UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) alcançou 82% nesta segunda na cidade, que tem um total de pacientes internados, incluindo em enfermarias, que chega a 189. Desses, 104 são moradores de Araraquara e 85 residem em outros 35 municípios. São Carlos é a cidade com mais pacientes transferidos para hospitais de Araraquara, com 17.

A partir desta segunda-feira, e até domingo, o comércio poderá abrir até as 19h, postos de combustíveis poderão funcionar até as 20h e bares e restaurantes só poderão atender presencialmente até as 19h.

Entre a última segunda-feira e este domingo, foram feitas 10.491 ações de fiscalização na cidade, 4.083 delas entre sexta (25) e domingo, com o registro de três boletins de ocorrência e 152 multas.

A maioria das ações foram abordagens de pessoas em barreiras sanitárias em acessos da cidade e passageiros que desembarcaram na rodoviária. Em 716 testes rápidos aplicados, foram encontrados 25 casos positivos da doença.

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