HC de Ribeirão tem proporção crescente de jovens entre internados na UTI com Covid

Hospital, uma das referências no interior de SP, tem ocupação de 100% em UTIs e enfermarias

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Ribeirão Preto

Reflexo de aglomerações registradas no interior de São Paulo, o total de pacientes mais jovens internados em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e enfermarias do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto praticamente triplicou em junho.

No início do ano, pacientes com Covid-19 com até 49 anos representavam 16,6% do total de internados no hospital, principal referência em saúde num raio de 200 km, índice que chegou a 47,3% na primeira semana de junho. Outros 30,8% dos internados têm idades entre 50 e 59 anos.

Como o número de leitos de UTI no hospital vem aumentando desde o início do ano, isso significa que também aumentou o número absoluto de jovens internados.

Nesta quarta-feira (9), os 78 leitos de UTI exclusivos para pacientes com o novo coronavírus das unidades campus e de emergência estão ocupados. Nas enfermarias, 84,1% das 44 vagas estavam em uso.

Superintendente do HC, Benedito Carlos Maciel afirmou acreditar que a internação de mais jovens tenha elo com a vacinação dos idosos e com a agressividade da cepa brasileira da Covid-19.

“É possível que isso esteja relacionado com a vacinação da população mais idosa, então ela estaria um pouco mais protegida em casos graves, e o segundo aspecto é que essa nova cepa pode ter características de maior gravidade clínica, tanto que o número total de pacientes que precisam de CTI foi muito maior”, afirmou.

Imagem mostra equipe médica ao lado de leito hospitalar, atendendo paciente
Equipe de profissionais da saúde cuida de paciente com Covid internado em UTI no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto - Divulgação

A região de Ribeirão Preto tem registrado dezenas de festas clandestinas nas últimas semanas, frequentadas principalmente por jovens. Por isso, municípios chegaram a decretar a proibição à venda de bebidas alcoólicas.

É o caso de Batatais, cidade da região metropolitana, que tem 100% de ocupação em leitos de UTI e de enfermaria há praticamente três meses.

A cidade enfrentou 16 dias de lockdown, até o último dia 31, que fechou supermercados e proibiu a comercialização de bebidas alcoólicas mesmo por delivery com o objetivo de evitar festas clandestinas.

Na última segunda (7), entrou em vigor novo decreto, que flexibilizou algumas atividades, mas manteve o veto à venda de bebidas alcoólicas das 16h às 7h em dias úteis e em feriados e finais de semana (o dia todo).

De acordo com o superintendente, os pacientes mais jovens têm resistência maior e “lutam” contra o vírus com mais força, o que significa também a redução da rotatividade dos leitos hospitalares.

“O que temos observado é que muitos desses jovens acabam ficando muito tempo internados", afirmou.

Além de Batatais, Altinópolis também proibiu a venda de bebidas na última semana de maio.

Em Ribeirão Preto, uma festa clandestina com a participação de 300 pessoas e que incluía três shows ao vivo foi encerrada por equipes de fiscalização.

As equipes encontraram os presentes —principalmente jovens— sem máscaras. E, como já constatado em eventos do tipo, sem nenhum distanciamento.

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