O advogado Eduardo Carvalho Tess era um conciliador nato. Reservado, discreto e exímio observador, dosava as palavras e o momento de usá-las. Eduardo colecionou virtudes: educado, afetuoso, generoso, humanista e fiel aos princípios éticos.
Bem-humorado, gostava de festas e de amigos por perto. Até antes da pandemia, se reunia com eles semanalmente para jogar pôquer. Sua última comemoração ocorreu em 2019, quando fez 90 anos.
No dia 30 de maio, despediu-se da vida, aos 91 anos, em decorrência de de insuficiência renal aguda e pneumonia.
Após a separação dos pais, a paranaense Aracy Moebius e o alemão Johann Eduard Ludwig Tess, Eduardo mudou-se com a mãe para Hamburgo, na Alemanha. Viveu naquele país dos 4 aos 12 anos.
Aracy casou-se pela segunda vez, com João Guimarães Rosa, e o romance “Grande Sertão: Veredas” (1956) foi dedicado a ela.
De volta ao Brasil, Eduardo foi alfabetizado em português e cursou o segundo grau no Colégio Rio Branco, onde conheceu Beatriz Carvalho Tess. Eduardo e Beatriz ficaram juntos por 72 anos (casados por 66 deles). O casal ficou de mãos dadas até poucas horas antes de Eduardo morrer.
Tiveram cinco filhos; em 1990, perderam um deles, que tinha à época 32 anos.
Eduardo cursou Direito na USP e se envolveu no movimento estudantil. Foi amigo de Almino Affonso e de Plínio de Arruda Sampaio (morto em 2014), segundo a psiquiatra Vera Tess, 57, sua filha.
Assim que se formou, em 1953, abriu o próprio escritório de advocacia. Especializou-se em Direito Processual Civil.
Foi ministro do Trabalho e da Previdência Social, juiz do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), conselheiro Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), presidente do Instituto dos Advogados de São Paulo e membro do Instituto dos Advogados Brasileiros. Lecionou Direito Civil na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo.
Eduardo deixa a esposa Beatriz, quatro filhos, oito netos e dois bisnetos.
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