Flávio Formicola herdou de seu pai, o imigrante italiano Ciro Formicola, maestro e violinista do Theatro Municipal de São Paulo, o gosto pela música.
Pianista e cantor, no último ano da faculdade de música decidiu que seria arquiteto. Mesmo em outra profissão, nos altos e baixos da vida, na saúde e na doença, o piano foi seu grande companheiro.
Flavio gostava de festa e alegria, mas nem sempre teve motivos para comemorações.
Paulistano, começou a trabalhar aos 11 anos de idade. Aos 21, perdeu a mãe Maria Ancona num acidente automobilístico na Serra do Mar.
Formou-se em arquitetura e trabalhou como servidor público na prefeitura de São Paulo, onde conheceu Paula Maria, que viria a ser esposa e mãe dos seus cinco filhos —em 8 de junho, dois dias antes de ele morrer, Flavio e Paula completaram 57 anos de casados.
“Com certeza foi a pessoa mais correta que conheci na vida: justo, sincero, humano, batalhador e ponderado”, diz a arquiteta Fiorella Formicola Di Pietro, sua filha.
Ao piano tocava músicas que o permitissem cantar. Entre as preferidas estavam as napolitanas e os sucessos de Andrea Bocelli e Charles Aznavour.
“Amante da boa mesa acompanhada de um bom vinho, um belo macarrão e muitas pessoas queridas por perto. Com ele nunca tinha tempo ruim, sempre dava mensagens otimistas e alegres, e estava disposto a ajudar”, conta Fiorella.
O Alzheimer começou a se instalar aos 83 anos. A vida do casal se complicou quando Paula caiu e quebrou o fêmur. Com o fim da independência, os dois se mudaram para um residencial de idosos. O piano foi junto e permaneceu ao seu lado até a última música.
Flavio morreu dia 10 de junho, aos 89 anos, por complicações de Alzheimer. Deixa a esposa, cinco filhos, sete netos e dois irmãos.
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