Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Prédio de quatro andares desaba na zona oeste do Rio; pai e filha morrem

Imóvel ruiu durante a madrugada na comunidade Rio das Pedras

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São Paulo e Rio de Janeiro

Um prédio de quatro andares desabou na madrugada desta quinta-feira (3) na comunidade de Rio das Pedras, zona oeste do Rio de Janeiro. Um incêndio foi controlado no local após o desabamento.

O Corpo de Bombeiros confirmou duas mortes: um homem de 30 anos e uma menina de dois anos, que eram pai e filha.

A construção que desabou era irregular, segundo a Secretaria Municipal de Habitação. Os bombeiros ainda trabalhavam no local no começo da tarde.

Outras quatro pessoas (três mulheres e um homem) foram resgatadas com vida dos escombros. Três feridos foram encaminhados para atendimento médico no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, e uma para o Miguel Couto, na Gávea.

A região é dominada por milícias, que têm como uma de suas principais receitas a exploração imobiliária e venda de imóveis irregulares.

A Polícia Civil informou, em nota, que montou uma força-tarefa reunindo a 16ª DP (Barra da Tijuca), a 32ª DP (Taquara), a DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente) e a Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) para apurar o desabamento e o possível envolvimento de milicianos em construções irregulares.

Segundo informações iniciais da polícia, o imóvel que desabou era antigo, foi construído há mais de 20 anos por familiares que moravam no local e sua construção não teria ligação com a milícia.

A Polícia Civil também disse que agentes estiveram no local, onde conversaram com testemunhas e vítimas. A perícia será feita assim que os bombeiros terminarem o trabalho.

O prédio, localizado entre a avenida Areinha e a rua das Uvas, ruiu entre 3h e 3h30. Antes do desabamento, testemunhas relatam ter ouvido “estalos” e barulho de explosão.

“A Secretaria Municipal de Habitação informa que a construção que desabou no Rio das Pedras, na madrugada desta quinta, era irregular. A equipe da SMH está no local para prestar o atendimento necessário às famílias”, aponta nota divulgada pela Prefeitura do Rio.

Bombeiros, policiais militares, equipes da Defesa Civil, da Guarda Municipal e da Secretaria Municipal de Assistência Social foram acionados para o atendimento.

Ruas da região foram interditadas para o trabalho de resgate. Ainda não há informações oficiais sobre as causas do desabamento.

Duas das três pessoas encaminhadas para o Lourenço Jorge já tiveram alta –um homem de 38 anos e uma mulher de 29. Uma mulher de 28 anos permanece sob cuidados na unidade. Pela manhã, o quadro dela era considerado estável.

A paciente de 26 anos levada para o Miguel Couto está em estado grave.

Técnicos da Defesa Civil Municipal avaliam os danos que teriam sido causados em outras edificações. Seis imóveis, além do que desabou, já foram interditados.

Conforme a prefeitura, sete pessoas moravam no prédio destruído. Uma delas não estava em casa no momento do acidente.

A Secretaria Municipal de Assistência Social montou um ponto de acolhimento para atender as famílias.

O caso aconteceu na mesma região da tragédia de Muzema, que deixou 24 mortos e sete feridos após dois edifícios ruírem no condomínio Figueiras de Itanhangá, em abril de 2019. Os milicianos atuam com grilagem de terras em Rio das Pedras e na comunidade de Muzema.

O vereador Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que o prédio que desabou nesta madrugada faz parte da "cidade ilegal, das milícias". "No lugar dos tapetes de cores de Corpus Christi, escombros e dor", disse, sobre o fato de esta quinta ser uma data religiosa.

Em maio, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu, por meio da 1ª Vara Criminal, soltar três réus acusados pelo desabamento que matou as 24 pessoas na comunidade da Muzema, sob a alegação de excesso de prazo na prisão preventiva.

O Ministério Público do Rio de Janeiro foi contrário à revogação das prisões e alegou que não é possível falar em excesso de prazo porque o processo é complexo.

"Assim, o decurso do prazo de dois anos, mormente durante período de pandemia, que já se alonga por mais de um ano, é na verdade não moroso, mas rápido", argumentou o órgão.

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