Primeiro, ouviu-se o grito "Bolsonaro é mito". Depois, apareceu a imagem do presidente da República em vídeo recente no qual ele grita com jornalistas. Por fim, vieram sons de músicas sobrepostas e áudios que pareciam ter sido extraídos de filmes pornôs. O Fórum SP 21, destinado a debater questões urbanísticas e o Plano Diretor Estratégico da cidade, sofreu na manhã desta quinta (1º) um ataque cibernético e precisou ser adiado.
A nova data (segunda-feira, dia 5, às 11h) foi anunciada pelos mediadores da apresentação, que era aberta e gratuita. Entre eles estava o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, relator do Plano Diretor e colunista da Folha. Bonduki lamentou a interferência e a classificou como antidemocrática.
Assim que a organização do evento decidiu sobre o adiamento, Bonduki disse: “Não posso deixar de dizer que esse tipo de comportamento é absolutamente condenável. Teríamos aqui uma conversa aberta, e isso foi impossibilitado por essa ação".
O Fórum SP 21, seminário de avaliação do Sistema Municipal de Planejamento de São Paulo, tem como foco o Plano Diretor e a política urbana do município e está programado para ocorrer entre os dias 21 e 30 de setembro. O edital completo está disponível em https://sites.usp.br/forumsp21/.
A organização do evento diz que fará a transmissão em canais no YouTube de instituições como o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP), do Centro de Estudos da Metrópole (CEM-USP/Cebrap) e da FAU-USP.
Na apresentação desta quinta-feira, profissionais do setor interessados em apresentar seus trabalhos tirariam dúvidas sobre temas relativos aos polos de desenvolvimento econômico da cidade de São Paulo, a descentralização de serviços e infraestrutura e os impactos gerados pelas legislação urbanística mais recente, entre outros. Estavam presentes na vídeoconferência em plataforma do Google arquitetos e urbanistas de projeção, como Raquel Rolnik, Sarah Feldman e Ana Lucia Duarte Lanna.
No evento, 24 temas serão debatidos por pesquisadores, profissionais, alunos de graduação e pós-graduação, representantes de órgãos e entidades públicas, profissionais e empresariais, movimentos sociais, associações de moradores, coletivos e demais interessados.
A realização do fórum é da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-SP) e de outras instituições, como o Centro de Estudos da Metrópole (CEM-USP/Cebrap), a Escola da Metrópole do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP) e a Comissão de Direito Urbanístico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), com apoio da Folha.
De acordo com texto publicado pela organização do evento, "considerando os impactos e as mudanças que a pandemia vem gerando na cidade, o Fórum SP 21 tem o intuito de fomentar a observação, a avaliação e o debate sobre as políticas urbanas na perspectiva de iluminar horizontes futuros que possam gerar sua implementação, revisão e aperfeiçoamento".
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