Descrição de chapéu Obituário Zélia Gomes de Jesus Scholz (1931 - 2021)

Mortes: Com a arte da tecelagem multiplicou o dom e o amor

Zélia Gomes de Jesus Scholz herdou dos antepassados o talento e o gosto pela atividade

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São Paulo

Zélia Gomes de Jesus Scholz herdou dos seus antepassados o talento para a tecelagem. O interesse surgiu na infância e foi retomado na idade adulta como arte e profissão.

Natural de Jacutinga (MG), era a segunda mais velha entre 14 filhos de um proprietário de laticínio com uma dona de casa.

A posição na família a obrigava a cuidar dos irmãos e tirou-lhe o privilégio de estudar além do primário e o hábito de que mais gostava: ler.

Olavo Bilac, José de Alencar e Monteiro Lobato eram os autores preferidos. Alguns poemas decorava, outros eram frutos da sua habilidade com a escrita e sensibilidade.

Zélia Gomes de Jesus Scholz (1931-2021)
Zélia Gomes de Jesus Scholz (1931-2021) - Arquivo pessoal

De Jacutinga, logo foi para a também mineira Monte Sião e na adolescência mudou-se para Mandaguaçu (PR), porque os pais foram trabalhar numa plantação de café.

Em outra cidade paranaense, Mandaguari, Zélia conheceu José Wille Scholz, que trabalhava como gerente de uma rádio. Eles se casaram e tiveram seis filhos —anos mais tarde adotaram mais um.

Após passagem por Paranavaí (PR), a família fixou residência em Curitiba. “Ela dava importância à cultura e educação e por isso quis que os filhos estudassem na capital”, conta o jornalista Cley Scholz, 62, um dos filhos.

Na imensa lista de coisas e acontecimentos pelos quais agradecia a Deus estavam as crianças, as flores, o entardecer, o encantamento pelas cores vivas da lã e a retomada da arte bordada em seu sangue: a tecelagem.

Apenas aos 68 anos completou o segundo grau e prestou vestibular para artes plásticas, mas não ingressou na faculdade. Optou por ser tecelã, mostrar e transmitir o seu dom.

No Paraná, Zélia tornou-se professora e referência em tecelagem artística. Criava moda e produzia beleza em acolchoados, roupas, tapetes e gorros, entre outros.

Foi a titular da barraca número um da Feira de Artesanato do Largo da Ordem de Curitiba, instalada em frente à Fundação Cultural.

Lá, ela seguiu aos domingos até quando a saúde permitiu. Para os curitibanos era a dona Zélia da roca de fiar.

Zélia Gomes de Jesus Scholz morreu dia 17 de julho, aos 89, por complicações de Alzheimer. Deixa sete filhos e 14 netos, com mais um a caminho.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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