Descrição de chapéu Obituário Roberto Grillo de Figueiredo (1933 - 2021)

Mortes: Dono da última voz do Repórter Esso era cordial e distraído

Aos 87, Roberto Grillo de Figueiredo havia recebido alta do hospital após passar 15 dias internado com Covid-19

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo e Brasília

No dia 31 de dezembro de 1968, as lágrimas quase venceram a voz potente de Roberto Grillo de Figueiredo ao microfone. Às 20h25 daquela data, na Rádio Globo do Rio de Janeiro, ele apresentou a última edição do Repórter Esso.

Antes de Roberto, o noticiário, que tinha como slogan “testemunha ocular da história”, havia sido ancorado por Heron Domingues.

O fato é que 53 anos após o ocorrido, Roberto Figueiredo calou-se para sempre. Ele morreu nesta terça (27), aos 87, dentro de casa, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Roberto Figueiredo (à dir.) com os amigos Murilo Rocha (no centro) e Maurício Menezes
Roberto Figueiredo (à dir.) com os amigos Murilo Rocha (no centro) e Maurício Menezes - Reprodução/Murilo Rocha no Facebook

Roberto havia ficado internado com Covid-19 durante 15 dias, mas já estava curado. A causa da morte não foi informada.

“Naquela noite de Réveillon, a testemunha ocular e auditiva da história fui eu. Em lágrimas, Roberto mal conseguiu encerrar a edição”, lembra o jornalista Murilo Rocha, 75, que foi seu colega de rádio.

“Roberto era uma pessoa agradável, cordial e às vezes um tanto formal. Ele ficava pouco tempo na redação. Chegava perto do horário da primeira edição do noticiário”, conta Murilo.

Amigo há 50 anos, o jornalista Maurício Menezes lembra de como ele era distraído. “O Roberto cansou de ir trabalhar de carro e voltar de ônibus e na redação pegava o primeiro paletó que via pela frente e ia embora.”

“Roberto tinha uma voz muito marcante. Pedia uma água mineral como se estivesse numa ópera em Milão. Era um cara entusiasmado com a vida, a família, os amigos, com Copacabana. Generoso e engraçado, tinha amor pelo jornalismo e pelos amigos”, diz Maurício.

Natural do Rio de Janeiro, o radialista passou pela Rádio Nacional Carioca (PRE-8) e apresentou telejornais, em especial o Repórter Esso, na TV Tupi (canal 6), no final dos anos 1960. Depois, trabalhou na Rádio Roquette Pinto (PRD-5) e atuou em emissoras como as rádios Globo e Tupi.

Dias antes de morrer, Roberto pediu para ir à praia. Talvez já soubesse que estava de partida, segundo Maurício. Roberto deixa a esposa, quatro filhos e netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.