Descrição de chapéu Obituário Fernando Benjamin de Almeida (1940 - 2021)

Mortes: Habitué em tribunais do júri, advogado também amava poesia e história

Fernando Benjamin de Almeida foi um dos primeiros a pedir indenização para cliente torturado na ditadura

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São Paulo

O advogado Fernando Benjamin de Almeida foi um vencedor: driblou as adversidades que apareceram em seu caminho.

Natural de Campinas (a 93 km de SP), Almeida era filho de dois imigrantes —o português Antonio Dalmeida Marques e da italiana Maria Mignone. Ambos morreram durante sua juventude.

Para sobreviver, Almeida trabalhou em várias profissões até abraçar a carreira de advogado, um sonho.

Em 1973, aos 33 anos, formou-se em Direito na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas e foi aprovado na prova da OAB no ano seguinte. Especializou-se nas áreas de direito processual e constitucional. Atuou nas áreas cível, criminal e trabalhista. Almeida fez mais de 180 júris, principalmente de réus menos favorecidos. Também trabalhou na Defensoria Pública de Campinas.

Fernando Benjamin de Almeida (1940-2021)
Fernando Benjamin de Almeida (1940-2021) - Arquivo pessoal

Na década de 1990, foi um dos primeiros advogados a pedir indenização para um cliente, o coronel da Polícia Militar José Maximino de Andrade Netto, que havia sido torturado na ditadura militar.

Viveu 45 anos ao lado da esposa Maria da Piedade de Eça e Almeida. Eles se conheceram em agosto de 1976 no curso de filosofia na PUC de Campinas e se casaram em 17 de setembro de 1977. Da união nasceram os filhos Martim Vasques da Cunha de Eça de Almeida e Ana Catarina Almeida.

Almeida era dono de forte temperamento, mas era muito justo em suas relações. Preocupou-se em preservar a união da família e manter a independência, o que ensinou aos filhos.

Segundo seu filho, ele tinha paixões passageiras em seus hobbies. “Lia muito sobre história e gostava de poesia. Teve a fase Fernando Pessoa e Florbela Espanca, a de pesquisar sobre Chopin, sobre objetos voadores não identificados, a fase Getúlio Vargas e a Revolução de 30. A última foi a Segunda Guerra Mundial. Meu pai também tinha preocupação incessante em estar atualizado em direito”, afirma o filho.

Almeida dizia que queria morrer trabalhando e o fez até dois meses e meio antes de partir.

Fernando Benjamin de Almeida morreu dia 28 de junho, aos 81 anos, por complicações de uma insuficiência renal. Deixa a esposa, dois filhos e a nora.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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