Quadrilha invade Jarinu (SP) para roubar empresa de ouro, atira e coloca fogo em veículos

Moradores da cidade de 30 mil habitantes relataram o pânico provocado pela ação durante a madrugada

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São Paulo

Uma quadrilha fortemente armada invadiu Jarinu, a 75 km da capital paulista, na madrugada desta terça (13), para assaltar uma empresa do ramo de joalheria especializada em joias localizada em uma chácara, na zona rural da cidade. Ninguém ficou ferido.

O barulho de tiros e explosões assustou os moradores da cidade de 30 mil habitantes. Segundo o relato de testemunhas, os criminosos colocaram fogo em veículos para criar uma barreira contra a polícia.

Quadrilha colocou fogo em carros para criar uma barreira contra a polícia
Quadrilha colocou fogo em carros para criar uma barreira contra a polícia - Reprodução

Durante a fuga, houve troca de tiros entre a quadrilha e a polícia na altura de Campo Limpo Paulista e na estrada entre Jarinu e Atibaia. Até o começo da tarde, ninguém havia sido preso e não há registro de feridos. Jarinu é a 32ª cidade paulista a ser atacada por esse tipo de quadrilha desde 2018.

De acordo com integrantes da cúpula da Polícia Civil e Militar ouvidos pela Folha, os criminosos foram supostamente levados até ali por uma informação de haver grande quantidade de ouro no local, mas a dica estava errada.

Os criminosos ficaram por cerca de uma hora na propriedade e, quando abriram o cofre da fábrica, descobriram que ele estava vazio. Ainda segundo policiais ouvidos pela reportagem, eles foram embora sem levar praticamente nada e com prejuízo da operação, que envolve centenas de milhares de reais.

De acordo com informações oficiais, os criminosos invadiram a cidade pouco depois da meia-noite em um comboio de ao menos quatro veículos, entre SUVs e caminhonetes modelos Hilux, Renegade, Chevrolet S-10, e uma Land Rover.

Os confrontos começaram logo após o acesso dos criminosos à fábrica, quando eles usaram explosivos para derrubar o portão e para abrir o cofre. Parte da quadrilha passou a queimar veículos nas vias de acesso ao local.

Os criminosos usavam armas longas e de grosso calibre, entre elas uma metralhadora calibre .50, utilizada em guerra para perfurar veículos blindados e derrubar aeronaves.

Durante a fuga os criminosos de depararam com equipes na PM na Rodovia Fernão Dias, iniciando novo confronto. Duas viaturas foram atingidas por disparos, mas não houve feridos.

A polícia encontrou artefatos explosivos na caçamba de um veículo da empresa e, por isso, o Gate da PM foi acionado até o local.

Assaltos desse tipo, realizados por quadrilhas especializadas, fazem parte do chamado “novo cangaço”. São praticados por criminosos fortemente armados, em grupo de 15 a 30 homens, que chegam a cidades de pequeno e médio portes, durante a madrugada, em comboios de veículos potentes.

Em abril deste ano, uma quadrilha atacou agências bancárias, atirou em lojas e em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Mococa (a 267 km da capital). Mascarados e atirando para cima e em direção ao comércio local, os criminosos usaram explosivos para roubar o cofre de uma agência da Caixa Econômica Federal.

Ações semelhantes ocorreram recentemente em Criciúma (SC), Cametá (PA) e em cidades do interior de São Paulo, como Araraquara, Botucatu e Ourinhos.

Em Criciúma, a ação de pelo menos 30 criminosos, dez automóveis e armamento de calibre exclusivo das Forças Armadas, em novembro de 2020, foi considerado o maior roubo do tipo na história de Santa Catarina.

Os criminosos atacaram o 9º Batalhão da Polícia Militar com tiros nas janelas, bloqueio na saída com um caminhão em chamas e explosão acionada por celular. “Uma ação sem precedentes”, disse o tenente-coronel Cristian Dimitri Andrade, comandante do batalhão. A ação durou cerca de duas horas.

Em Cametá, homens fortemente armados cercaram o quartel da Polícia Militar, fizeram reféns, atacaram uma agência bancária da cidade com explosivos, atiraram para cima e provocaram pânico entre os moradores. Um refém morreu vítima dos criminosos.

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