Em todas as artes que a vida propôs, Adolar foi um exemplo de perfeição: nas pinturas em tela, nos traços fortes, encantadores e exagerados, nas ilustrações que falavam mais do que as palavras, com a bola nos pés e como o melhor amigo que se pode ter em casa —pai e marido.
A família e os amigos o consideravam unanimidade em caráter, educação e gentileza, pois foi amado por todos que o conheciam, de acordo com a economista Ivaldete Rodrigues de Luna, 56, sua esposa.
O historiador Stefano de Luna Mendes, 29, um dos filhos, diz que entre as grandes lições de vida que deixou está a importância de constituir uma família humana, onde todos se amem.
De tudo o que mais gostava, a preferência era por ficar em casa e junto da família. Contar piadas, música clássica, todos os tipos de arte e conversar sobre política, futebol, psicologia, espiritualidade e história apareciam nas outras posições do ranking —não necessariamente nesta ordem.
Carioca e vascaíno, Adolar foi um grande jogador de futebol amador. Segundo Stefano, em 1977 chegou a jogar na base do Vasco.
Adolar formou-se em jornalismo na Universidade Gama Filho, em 1984. Também era artista plástico, ilustrador e caricaturista.
A carreira de ilustrador começou em 1987 no jornal Tribuna da Imprensa. Em 1991, ingressou em O Dia. Dois anos depois, venceu concurso para revelação de novos talentos na Folha, onde trabalhou até 2018. Colaborou com o Painel, fez tirinhas e artes de especiais, entre outros.
“Adolar fazia ilustrações desde os quatro anos de idade e nunca estudou para isso. Era o que mais gostava de fazer”, afirma Ivaldete.
Na empresa aberta em 1996 —o Studio Aquarela— colaborou com diversas editoras brasileiras, especializadas em livros didáticos e infantojuvenis, além de trabalhos prestados para revistas, periódicos empresariais e agências de publicidade.
Adolar tem uma galeria permanente com cerca de 500 caricaturas no restaurante italiano Lellis Tratoria Campinas, nos Jardins, feitas desde 1996.
Durante a pandemia de Covid-19, o artista pintou telas. Fez três grandes e uma série com personalidades.
Adolar morreu dia 2 de agosto, aos 59, vítima de câncer. Além de Ivaldete, deixa os filhos Stefano, Vitória e Helena.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.