O amor entre o santista Thiago Fuschini e a professora Ana Claudia de Araujo, 49, acompanhou o avanço das redes sociais. O contato começou no Orkut, foi para o Facebook até que se encontraram pela primeira vez em Itanhaém (a 106 km de SP).
Logo marcaram um encontro em São Paulo, iniciaram o namoro e se casaram duas semanas depois. Foram oito anos juntos.
“Ele mudou muita coisa na minha vida. Era preocupado com as causas sociais e abriu os meus olhos para isso”, afirma Ana.
Thiago morreu dia 14 de agosto, aos 45 anos, após sofrer um infarto fulminante.
Dinâmico, bem-humorado, determinado, de coração gigante e riso fácil, ele atuava junto aos moradores de rua na Vila Mariana (zona sul) com a distribuição de alimentos, cobertores e outros itens de necessidade.
Não valorizava coisas materiais e preocupava-se com a justiça e o bem-estar do próximo. Este era o retrato de Thiago sob os olhos da população em situação de rua, familiares e amigos.
Jornalista, sociólogo e mestre em ciências da religião, atuou na Pastoral do Povo da Rua e na Rede de Proteção e Resistência Contra o Genocídio. Além disso, criou e administrava a página do Facebook Observatório do Povo da Rua. Trabalhou no jornal A Tribuna e contribuiu para o site Repórter Popular.
Marisa Feffermann, articuladora da Rede de Proteção e Resistência contra o Genocídio, trabalhou com Thiago.
“Ele era incansável, sempre criativo e esforçado. Crítico, pensava nos outros e preocupava-se em contribuir e dar sentido à perspectiva do nosso movimento. A Rede tem uma perspectiva de ressignificar a lógica violenta e poder garantir a voz de quem está na quebrada. O Thiago deixava de cuidar de si para cuidar dos outros. A Rede sentiu muito”, diz Marisa.
Thiago deixa a esposa, o pai e um irmão.
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