Descrição de chapéu Obituário Angela Amaral (1948 - 2021)

Mortes: Foi uma metáfora do Botafogo, seu time de coração

Guia turística, viajava mesmo era para ver as partidas do Fogão

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São Paulo

Tian partiu no dia do torcedor do Botafogo, em 9 de agosto. Angela Amaral era conhecida pelo apelido nas arquibancadas do clube glorioso. Andava aflita com o desempenho do time, um gigante que cambaleia na série B do campeonato brasileiro.

A guia turística viajava para todo canto, mas não por causa do trabalho. Seguia o clube de coração pelo Brasil e até no exterior. Quando Tian morreu, o Botafogo lhe rendeu uma merecida homenagem em seu Twitter.

Na família, costumava-se dizer que ela reclamava de tudo, inclusive do Botafogo, claro, que vinha dando motivos. Mas as críticas ao time da estrela solitária era uma prerrogativa só dela. Ai de quem se metesse a criticar o alvinegro na sua frente.

Angela Amaral (1948-2021)
Angela Amaral (1948-2021) - Arquivo pessoal

Certa vez, na arquibancada, irritou-se com uma vascaína infiltrada. Farta das provocações, jogou uma lata na direção da adversária. Não acertou, ainda bem.

Se a equipe da vez não dava tantas alegrias, ela lembrava saudosa de Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo, Nilton Santos, Maurício, Mazolinha, Túlio, Dodô. Ressaltava a importância do alvinegro para a história da Seleção Brasileira.

Sem que os parentes soubessem, Tian fez um inventário. Distribuiria ainda em vida mais de 300 camisas do Fogão. Deu também um cachorrinho de pelúcia com o escudo do time para a Joana, a sobrinha-neta, que ela tinha adoração.

A maior relíquia de seu acervo era uma camisa da seleção brasileira vestida pelo botafoguense Jairzinho na Copa de 1970, do México. Ela contava que ganhou do próprio artilheiro da Copa vencida pelo Brasil, o melhor esquadrão de todos os tempos.

Ultimamente, Tian andava mal das pernas, assim como o clube que amava. Um problema que ninguém conseguia entender bem. Uma queda em seu apartamento foi fatal. Mas os amigos dizem que ela continua viva no Botafogo, o time que cai, mas nunca morre.

Tian era uma metáfora do Botafogo. Alternou glórias e queda. Não deixa filhos ou viúvo. Uma estrela solitária.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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