Não foi aleatoriamente que Jamil Achôa deu o nome de Mascherano ao seu melhor amigo, o cachorro, uma referência a Javier Mascherano, argentino que jogou pelo Corinthians. A dupla homenagem contemplou dois de seus amores: animais e o Timão.
As camisas do Corinthians lhe caíam muito bem e Jamil tinha várias. Do time, mais lembranças guardava: a amizade com Vicente Matheus, um dos presidentes mais emblemáticos do Corinthians, e as emoções de assistir a muitos dos jogos pertinho do campo.
Mais velho entre cinco filhos de um casal de libaneses, Jamil nasceu em Borebi (a 309 km de SP), morou em Vera Cruz (a 421 km de SP) e em 1944 mudou-se para São Paulo com a família.
A vida profissional começou cedo, aos 14 anos. Seguiu com os estudos até formar-se em direito na USP. Durante alguns anos, paralelamente à carreira de advogado, atuou na política.
Foi vereador em São Paulo pelo então PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) na década de 1980, segundo relembra a jornalista Yara Achôa, 55, sua sobrinha. Ele era irmão do ex-deputado federal Samir Achôa (já falecido).
Assim como suas irmãs funcionárias da rede municipal de ensino —duas professoras e uma diretora de escola— valorizava a educação. Jamil passou pela vida contando boas histórias. Homem ligado à família e de muitos amigos, carregava os títulos de divertido e bem-humorado.
A generosidade foi outra marca, conforme a sobrinha. “Ele perdeu algumas coisas na vida para ajudar o próximo e se dedicou muito à advocacia, principalmente aos mais necessitados, para quem advogava de forma quase sempre gratuita”, disse Yara.
Jamil Achôa morreu dia 12 de julho, aos 91, de insuficiência respiratória. Divorciado, deixa três irmãs e 14 sobrinhos.
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