Descrição de chapéu Obituário Vera Lúcia Vichioni Sá Martino (1945 - 2021)

Mortes: Pianista e advogada, era apaixonada por velocidade

A vida de Vera também foi marcada pelo senso de justiça

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São Paulo

Aos sete anos, Vera tomou a grande primeira decisão de sua vida: estudar piano. Determinada e proativa, um dia ao sair da escola foi à casa de uma professora, a contratou e depois contou à mãe. Não...não era “fogo de palha”, como se diz por aí. Desde pequena, dedicava muitas horas por dia à música clássica.

Paulistana da Vila Mariana, na zona sul da capital, Vera entregou seu amor às notas musicais mesmo tendo decidido que não seria uma pianista profissional, mas tocaria por hobby.

No ensino médio, cursou técnico em contabilidade. O senso de justiça que a acompanhou ao longo da vida sinalizava que Vera seria uma advogada apaixonada pelo direito e de sucesso. Foi o que aconteceu. Abriu o próprio escritório e nunca dependeu de ninguém para sobreviver.

Vera Lúcia Vichioni Sá Martino (1945-2021)
Vera Lúcia Vichioni Sá Martino (1945-2021) - Arquivo pessoal

Aquele que viria a ser seu marido, Antonio Carlos Sá Martino, conheceu na faculdade. Em 1999, o casal se separou, mas continuaram amigos.

Vera sempre primou pelo direito de fazer o que queria e um exemplo disso foi sua vontade de dirigir. “Quando ela começou a trabalhar comprou um Fusca verde modelo 1966”, conta o professor Luís Mauro Sá Martino, 43, seu filho.

Por conta do amor à velocidade, a família a apelidou de Verinha Fittipaldi —na época, o grande piloto era Emerson Fittipaldi. “Ela nunca foi de se arriscar, mas gostava de correr. Andava no limite da velocidade”, conta Luís. Vera dirigiu até um mês antes de morrer.

Entre tantas lições que ensinou ao filho desde criança, não faltou a de educação financeira. Até o final da vida, Vera manteve a contabilidade de todas as despesas pessoais e entradas e saídas de dinheiro.

Nascida numa família católica, com o tempo tornou-se espírita kardecista e se encantou pela doutrina. Fez do espiritismo um dos pilares da sua vida, o que a ajudou a manter a força, a serenidade e a coragem inabalável até seus últimos dias.

Vera Lúcia Vichioni Sá Martino morreu dia 28 de julho, aos 75, por complicações de um câncer no fígado. Deixa o filho, a nora e um neto.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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