Descrição de chapéu Obituário Lauthenay Perdigão do Carmo (1934 - 2021)

Mortes: Viveu o futebol nos campos, nas crônicas e lembranças

Lauthenay Perdigão fundou o Museu dos Esportes no Estádio Rei Pelé

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São Paulo

Alagoano de Maceió, Lauthenay Perdigão do Carmo ou Lau, como era conhecido, trocou o centro dos campos de futebol com a camisa do CSA (Centro Sportivo Alagoano) pelas bordas, ao lado da imprensa.

Com o tempo, ele descobriu que gostava mais do noticiário e das crônicas esportivas do que dos dribles com a bola.

Formado pela vida, Lau foi historiador e cronista esportivo. Destacou-se em rádios e jornal.

Lauthenay Perdigão (1934-2021)
Lauthenay Perdigão (1934-2021) - Que é lauthenay perdigão no Facebook

Como muitos jovens, serviu o Exército e, pela necessidade de um emprego fixo, prestou concurso no Banco do Nordeste, onde se aposentou. Mesmo enquanto bancário, continuou com suas atividades no esporte.

Em 1993, deu vida a um desejo ousado e fundou o Museu dos Esportes Edvaldo Alves Santa Rosa (Dida), no Estádio Rei Pelé. O nome foi uma homenagem ao amigo Dida, que jogou no CSA e no Flamengo.

No museu, Lau guardou com carinho estatísticas de jogos, troféus, bolas, camisas, fotos, vídeos, revistas, jornais, entre outros itens.

O futebol foi a inspiração de sua vida e esteve em quase todos os momentos importantes. Lau casou-se com Maria Augusta Acioli do Carmo em 29 de junho de 1958, dia em que o Brasil foi campeão do mundo de futebol pela primeira vez. Eles ficaram 63 anos casados.

Dentro e fora do Facebook, onde era usuário assíduo, Lau esbanjava uma personalidade que misturava carisma, comunicação e facilidade para fazer amizades.

Tirava de si para dar aos outros. Ensinou aos filhos e netos a dignidade, o respeito ao próximo e a honrar o próprio nome. Apesar de carinhoso, com todos foi muito rigoroso e exigente nos estudos.

“Ele acreditava no esporte, na cultura e na educação para dar oportunidades aos menos favorecidos”, diz a arquiteta Daniella Acioli, 34, sua neta. Ao lado dela foi o grande companheiro de passeios no shopping por 23 anos e nas pesquisas para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) da graduação.

Lau era cardiopata, renal crônico e sofria de doença de Parkinson e mal de Alzheimer. “Mesmo doente, meu avô nunca perdeu o bom humor e a preocupação com a família”, afirma Daniella.

Ele morreu dia 17 de agosto, dez dias antes de completar 87 anos. Deixa a esposa, três filhas, cinco netas e quatro bisnetos.

Sua biografia —”Dom Lauthenay, um Quixote do Esporte Nacional - vida, obra e luta do guardião da memória esportiva alagoana e brasileira”—, escrita pelos jornalistas Mário Lima e Wellington Santos, foi lançada na Bienal do Livro de Alagoas, em 2019.

Lau é autor de quatro livros. O último, “História do Futebol Alagoano - Arquivos Implacáveis”, foi lançado em 2014.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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