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PF prende secretário de Administração Penitenciária do Rio

Cúpula da pasta é presa sob suspeita de favorecer facção criminosa

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Rio de Janeiro

A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (17) três integrantes da cúpula da Secretaria de Administração Penitenciária no Rio de Janeiro, entre eles o chefe da pasta, Raphael Montenegro.

Eles são suspeitos de realizar "negociações espúrias entre a cúpula da Seap-RJ e lideranças de facção criminosa".

De acordo com a PF, "os agentes públicos se comprometeram e realizaram diversas diligências para viabilizar o retorno de criminosos custodiados na Penitenciária Federal de Catanduvas, Paraná, para o estado do Rio de Janeiro".

Homem de cabelos curtos, moletom azul e caça jeans, de máscara azul, anda cercado de policiais de roupas escuras
O secretário de Administração Penitenciária, Raphael Montenegro, é preso pela Polícia Federal em sua casa no Rio - Gabriel de Paiva/Agência O Globo

As investigações apontaram que Montenegro se encontrou pessoalmente com criminosos detidos em Catanduvas para negociar o retorno deles ao Rio de Janeiro.

Gravação feita da conversa na penitenciária federal da conversa entre o secretário e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP (um dos chefes do Comando Vermelho), apontou, segundo o Ministério Público Federal, "acordos informais, sem embasamento legal" para o retorno do traficante ao estado.

A Procuradoria afirma ainda que Montenegro criou, por meio de uma ordem de serviço, uma nova atribuição a sua pasta para assumir o papel de classificação de periculosidade de criminosos. Para o MPF, isso permitiria ao secretário facilitar a transferência de presos.

Segundo a PF, os supostos crimes foram cometidos "em troca de influência sobre os locais de domínio destes traficantes e outras vantagens ilícitas".

O grupo também, segundo a polícia, permitia a entrada de pessoas e itens proibidos nos presídios. Há ainda a suspeita de soltura irregular de "criminoso de altíssima periculosidade".

Montenegro é enteado do juiz federal aposentado Abel Gomes, que atuava como relator da Lava Jato no TRF-2 até março, quando decidiu retirar-se da Corte.

O procurador regional Carlos Aguiar, que atuou na investigação, afirmou que o magistrado aposentado não tem qualquer relação com os fatos apurados. Gomes solicitou sua aposentadoria em março e a investigação contra seu entenado foi iniciada em maio, quando ele foi visitar Marcinho VP em Catanduvas.

Os três mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão da Operação Simonia foram expedidos pelo TRF-2 em razão do cargo de Montenegro, que detém foro especial no tribunal.

Também foram presos os subsecretários Wellington Nunes da Silva e Sandro Faria Gomes.

A Seap ainda não se manifestou sobre a prisão.

Viatura da Polícia Federal
Viatura da Polícia Federal - Pedro Ladeira - 16.jul.18/Folhapress
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