Ibirapuera, lotado, tem movimento de verão e fila de 1h30 por bike

Devido à demanda, novo serviço do parque amplia o número de bicicletas das atuais 227 para 600 até o início de outubro

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São Paulo

Teve piquenique em família sob a sombra fresca das árvores, meninas de biquíni deitadas em cangas estendidas na grama, paulistanos com seus inseparáveis cachorros e teve, sobretudo, muita gente andando de bike neste sábado (4) quente, no parque Ibirapuera, um dos refúgios verdes mais concorridos de São Paulo.

A maioria dos frequentadores usava máscara de proteção.

Foi o primeiro fim de semana de estreia do IbiraBike, novo serviço para aluguel de bicicletas. A procura foi alta. Por volta das 14h30 deste sábado, ao menos cem pessoas estavam na fila à espera de uma bike que se encaixasse no seu perfil.

Imagem mostra paulistanos que formaram fila para alugar bike no primeiro fim de semana de estreia do novo serviço de aluguel no parque Ibirapuera
Paulistanos formaram fila para alugar bike no primeiro fim de semana de estreia do novo serviço de aluguel no parque Ibirapuera - Adriano Vizoni/Folhapress

Hoje, a frota é composta por 227 bicicletas divididas em cinco modelos: individual, triciclo infantil, adulto, família e as “handbikes”, destinadas a pessoas com deficiência.

O preço varia de R$ 10 (individual) a R$ 20 (triciclo família) por hora. As bikes estão distribuídas em cinco pontos espalhados pelo parque, mas o localizado no portão 4 é, até o momento, o único que aceita pagamento, além de cartão, também em dinheiro e Pix.

Talvez por isso o lugar tenha sido o mais disputado, além de ser uma das principais portas de entrada do parque.

A doméstica Ana Paula da Silva, 25, moradora de Pinheiros (zona oeste de São Paulo), alugou quatro bikes para atender ao filho, ao sobrinho, à irmã e ao irmão.

“Nossa, achei que tem gente demais no Ibirapuera!", falou. "Parece que todo o mundo estava louco para sair de casa e vir para o parque dar uma pedalada ao ar livre”, contou.

“É uma sensação muito gostosa, mas antes disso tive que esperar por mais de uma hora para conseguir alugar. Penso que eles vão melhorar o serviço ao longo do tempo, né?”, questionou.

Supervisor de esportes da Urbia, a empresa gestora do parque, Marcelo Cintra, 43, também estava surpreso com tamanha procura. “A gente passou por um longo período de confinamento. Além de estar ligada à memória afetiva das pessoas, a lembranças de infância, a bike proporciona esse movimento de liberdade”, disse ele.

Cintra avisa que o aluguel é feito diariamente das 8h às 19h —o usuário pode devolver a bicicleta até as 20h. Existe um projeto para agilizar o aluguel das bikes por meio de um aplicativo. “Há uma grande concentração de pessoas usando a internet dentro do parque", explica.

"Para contornar essa situação, estamos programando a instalação de cabos via vibra ótica para melhorar a conexão, o que irá favorecer também o aplicativo de aluguel”, afirmou Cintra.

Outra iniciativa será ampliar o número de bikes disponíveis para aluguel, que são sempre higienizadas entre uma locação e outra, o que leva tempo.

A partir do mês que vem, serão, ao todo, 600 veículos disponíveis para locação dentro do parque Ibirapuera.

A maioria das bicicletas é individual, porém a procura pelo modelo triciclo familiar foi alta.

“Queria pedalar com os meus dois filhos. Por isso, não me importei em esperar por mais de uma hora e meia”, contou a empresária Tassiana Neves, 33, moradora dos Jardins, área nobre da capital paulista.

“Está um dia tão lindo. É um passeio democrático, tranquilo e saudável. Pedalando pelo parque, me pareceu que tem mais gente de bike do que a pé”, disse ela.

A ciclovia demarcada dentro do Ibirapuera estende-se por um faixa de aproximadamente 3 km. Passa pelo lago, pela praça da Paz, perto do prédio da Bienal e pela Marquise (que está interditada).

Recentemente pintada de azul, é bem sinalizada, com marcações de ida e volta. Nem todo mundo, entretanto, segue pelo caminho demarcado.

Foto mostra área de recuperação natural, onde a circulação de pedestres está proibida,  no parque Ibirapuera
Área de recuperação natural, onde a circulação de pedestres está proibida, no parque Ibirapuera - Adriano Vizoni/Folhapress

Com a concessão do parque à Urbia, cerca de 30 mil metros quadrados de área verde foram recuperados somente de março para cá. Receberam grama nova, por exemplo, espaços que antes eram de terra e de antigas calçadas, segundo explica Samuel Lloyd, diretor da Urbia.

A partir de dezembro, gradualmente, ao longo dos dois próximos anos, os 169 vendedores ambulantes devem ganhar carrinhos padronizados (feito de material sustentável) e uniformes, calcula Llyod.

Pernambucana de Lajedo, a vendedora Ivanilda da Silva, 57 anos, 37 deles trabalhando no Ibirapuera, onde fez do parque seu “playground” particular para criar os dois filhos, anda animada com as transformações realizadas sob a nova direção.

“Aqui fiz a minha vida, criei os meus filhos, estou sustentando os meus netos e só paro de trabalhar quando eu morrer”, diz, sorrindo. “O movimento não está como antes da pandemia, é claro, todavia vem crescendo a cada fim de semana. Olha, hoje [dia 4] está bom demais.”

Imagem mostra paulistanos que aproveitaram o calor e lotaram o parque Ibirapuera, que voltou a ter movimento típico de verão, segundo a empresa que administra o parque
Paulistanos aproveitaram o calor e lotaram o parque Ibirapuera, que voltou a ter movimento típico de verão, segundo a empresa que administra o parque - Adriano Vizoni/Folhapress


Entre sábado e domingo (5), a estimativa da Urbia é que cerca de 110 mil pessoas passem pelo Ibirapuera, número relativamente superior se comparado com o de fins de semana de agosto passado.

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