Descrição de chapéu Obituário Apparecida Michellassi de Lima (1926 - 2021)

Mortes: Dedicou as rosas do jardim a Nossa Senhora Aparecida

Apparecida Michellassi de Lima era apaixonada por flores, plantas e animais

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São Paulo

A dona de casa Apparecida Michellassi de Lima esperou a primavera chegar para partir.

Amante das flores, no bairro de Vila Matilde (na zona leste de São Paulo) onde morava e era conhecida como Cida das Flores, ela deixou um grande jardim com rosas oferecidas para Nossa Senhora Aparecida.

Cida morreu no primeiro dia da primavera, 22 de setembro, aos 95 anos, por complicações de uma pneumonia não ligada à Covid-19.

Apparecida Michellassi de Lima (1926-2021)
Apparecida Michellassi de Lima (1926-2021) - Arquivo pessoal

​Além do amor pelas plantas, flores e animais, ela também cultivou durante toda a vida a generosidade e a gentileza.

Natural de Bariri (a 322 quilômetros da capital paulista), Cida era filha de descendentes italianos e teve 17 irmãos. Durante um período, viveu na lavoura.

Segundo a jornalista Deborah Lima Rezende, 37, uma de suas netas, ela contava que havia sido registrada aos quatro anos de idade, mas seus documentos apontam 1926 como o ano de nascimento.

No interior paulista, conheceu o homem com quem viria a se casar mais tarde, José Aparecido de Lima.

A casa na Vila Matilde foi o cenário para as histórias da dona de casa Cida, do torneiro mecânico José e da família que construíram. Foi o lar do amor, das flores, da generosidade e superação.

O vício em limpeza abria precedente para as brincadeiras dos familiares, que diziam ser possível comer no chão de sua casa, de tão limpo.

Outra fama que carregou foi a de excelente cozinheira. “Todos se lembrarão das comidas que fazia, como a carne de panela com batata e o bolo de laranja. Os melhores”, diz Deborah.

A neta conviveu com ela desde criança. “Ela era rígida, mas com muito amor. Minha avó me criou para minha mãe trabalhar. Ela não me deixava sair nem para fazer trabalho escolar na casa das amigas”, conta.

Afinada e musical, Cida cantava em vários momentos do dia e gostava de ouvir moda sertaneja. “No dia em que eu saí de casa”, conhecida na interpretação de Zezé di Camargo e Luciano, era a predileta e a fazia chorar.

Apaixonada por animais, Cida “adotou” até uma abelha por quatro dias. O inseto caiu numa calda quente de açúcar, que preparava para um pudim, e morreu. “Ela chorou uma semana por causa da abelha”, afirma Deborah.

A perda do marido e do filho Luiz Alves de Lima, há nove anos e seis anos, respectivamente, foram os dois grandes baques que sofreu na vida.

A partir da morte de Luiz a saúde de Cida começou a ficar mais frágil, o que exigiu cuidados especiais da filha Claudete Aparecida de Lima.

Além da filha, Cida deixa duas netas e uma bisneta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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