Descrição de chapéu Obituário Fernando Penteado Cardoso (1914 - 2021)

Mortes: Mostrou aos netos e bisnetos o Brasil que deu certo

Apaixonado pelo campo, Fernando Penteado Cardoso foi ativo até quase 107 anos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Fernando Penteado Cardoso, um dos mais renomados agrônomos do país, deixou para a família e para todos que cruzaram seu caminho diversos ensinamentos sobre a importância da força e dedicação ao trabalho.

“Arregacem as mangas e vão em frente. Não se intimidem, nem se sintam diminuídos, se tiverem que começar pelo começo. Tenham sempre disposição para mudar, não se deixem fossilizar”, são algumas das frases que gostava de repetir.

Fernando Penteado Cardoso (1914-2021)
Fernando Penteado Cardoso (1914-2021) - Karime Xavier - 10.out.2016/Folhapress

A lista de expressões preferidas, aliás, é longa, muitas delas servindo também como conselhos. “A sorte na vida, fator que não pode ser relegado, acontece geralmente para quem está com a camisa molhada. Raramente ocorre em ambiente de sombra e água fresca”, é só um dos exemplos

Fernando era inspirador. Ativo até quase os 107 anos, nunca parou de trabalhar, mesmo depois que a Manah Fertilizantes —empresa que fundou em 1947, dona do famoso slogan “com Manah, adubando dá”— foi vendida para o Grupo Bunge, em 2000.

Apaixonado pelo campo, formou-se em agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, em 1936. Foi secretário de Agricultura do Estado de São Paulo (1964) e criador da Fundação Agrisus (2001), patrocinadora de pesquisas em agronomia. Também era empresário rural em várias cidades do interior paulista, como Mogi Mirim (a 151 km de SP), onde tinha fazenda e passou boa parte da quarentena.

Preocupado com a formação dos netos e bisnetos e cheio de boas ideias, durante quase 40 anos, em julho, alugava um ônibus e os levava para excursões de uma semana pelo interior paulista —vez ou outra, o grupo saía do estado. Tratava-se da famosa "vovô-tur", como gostava de chamar a viagem.

Segundo a publicitária Ana Cecília Cardoso Barbosa (Ciça), 45, uma das netas, eles conheciam indústrias, fazendas, rios e parques. Além de fortalecer os laços de amizade dentro da família, o passeio tinha o objetivo de mostrar o Brasil que deu certo e que é preciso dedicação para que as coisas aconteçam. A última viagem foi antes da pandemia.

Fernando também estimulava bons hábitos ao seu redor. “Ele dizia que prato saudável é o prato colorido. Nos grandes almoços orientava a não desperdiçar comida e dava nota para os pratos dos netos. Quem deixasse comida, tirava nota baixa”, conta Ciça.

No dia 7 de setembro, na casa de uma das filhas, o coração de Fernando decidiu descansar, a 12 dias de completar 107 anos. Viúvo, deixa seis filhos, 20 netos e 42 bisnetos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.