Descrição de chapéu Obituário Yara Lacerda Franco da Rocha (1942 - 2021)

Mortes: Vaidosa, foi filha dedicada, mãe preocupada e avó presente digitalmente

Com câncer no intestino, Yara Lacerda Franco da Rocha morreu aos 79 anos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

"Bye bye, darling", era como Yara Lacerda Franco da Rocha, 79, se despedia nas ligações diárias com a netinha Isabella, 2, que vive nos Estados Unidos.

Quando ouvia isso, a pequena já sabia que era a avó encerrando o telefonema e repetia "bye bye, darling". A pequena não conseguiu chegar a São Paulo em tempo de se despedir da avó, que morreu na última quarta-feira (22), em decorrência de um câncer no intestino. Mas Yara estava acompanhada dos dois filhos, o jornalista Plinio e o gerente de produtos Péricles Rocha.

Mãe de Plinio e Pericles Rocha e neta da Isabella, Yara Lacerda Franco da Rocha morreu aos 79 anos
Mãe de Plinio e Pericles Rocha e avó da Isabella, Yara Lacerda Franco da Rocha morreu aos 79 anos - Arquivo Pessoal

Funcionária pública, ela se aposentou com cerca de 50 anos e é lembrada por Plinio como alguém que se preocupava com o bem-estar dos filhos, além de "tranquila e caseira". Nos últimos meses, gostava de assistir a realities, como Big Brother Brasil e A Fazenda, além de jogar Candy Crush no tablet que ganhou dos filhos.

"Tirar ela de casa, mesmo que para ir em um restaurante, já era difícil", diz o filho, que lembra que quando começou a perder muito peso, devido ao câncer, a matriarca da família passou a preferir não ir a casa de conhecidos. "Não quero sair porque não quero que me vejam desse jeito", dizia ela.

Vaidosa, gostava de manter os cabelos arrumados e as unhas pintadas. Mesmo com a doença avançada e o estado de saúde fragilizado pediu que o filho levasse ao hospital uma escova de cabelo e um batom ao ser internada.

Péricles recorda que a mãe cuidou integralmente da avó, que morreu em 2005, e ficou acamada nos últimos anos de vida, devido a um acidente doméstico. "A vida dela virou cuidar da minha avó. Era ela quem trocava fralda e dava banho. Foi uma demonstração enorme de amor que prova o tamanho do coração que tinha a minha mãe", diz.

Poucos dias antes de ser internada, Yara conseguiu celebrar o aniversário ao lado dos filhos e da nora, Fernanda. Ao dar entrada no hospital, a família foi informada que ela não voltaria para casa.

O pedido final dela foi ser cremada e ter as cinzas espalhadas em algum "lugar bonito". Agora, eles pretendem dar o último "bye bye darling" em um dos destino que ela mais gostou de conhecer: o Havaí, onde esteve em 2008, na companhia de ambos os filhos.

Caso o destino paradisíaco não dê certo, a segunda opção é que suas cinzas sejam levadas a Niterói, onde Plinio trabalhou por alguns anos. Ele lembra que a mãe se apaixonou pela cidade e, mesmo sem raízes cariocas, quando o visitava, costumava dizer "se eu pudesse, vendia minha casa e moraria aqui".

Yara deixa dois filhos, duas noras e uma neta.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missa

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.