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Marcia Castro, professora de Harvard, é nova colunista da Folha

Seus textos serão publicados quinzenalmente nas plataformas digitais e na edição impressa

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São Paulo

Professora titular da faculdade de saúde pública da Universidade Harvard (EUA), Marcia Castro é a nova colunista da Folha. A sua estreia será neste domingo (3), no site do jornal, e na segunda-feira (4) na edição impressa.

Os textos da cientista serão publicados a cada duas semanas, tanto no site como no jornal impresso, no caderno Cotidiano e serão intercalados com os da psicanalista Maria Homem.

Considerada uma das principais pesquisadoras de doenças transmissíveis no Brasil, Castro afirma que vê a coluna como uma oportunidade de informar a população sobre a ciência.

“É uma forma de trazer a ciência para perto das pessoas, de uma forma simples e fácil de entender, mas de uma maneira que conscientize”, diz.

A brasileira Marcia Castro, 56, professora titular da faculdade de saúde pública da Universidade Harvard (EUA) e pesquisadora de doenças como malária, zika e dengue
A brasileira Marcia Castro, 56, professora titular da faculdade de saúde pública da Universidade Harvard (EUA) e pesquisadora de doenças como malária, zika e dengue - Arquivo pessoal

“Espero que as pessoas estejam abertas para a informação. Infelizmente, a ciência fica muito distante do povo e deveria ser muito mais próxima”, afirma.

Em suas colunas, o leitor vai encontrar discussões relacionadas à ciência conectando temas como saúde, meio ambiente, cidades e pandemia.

“É um pouco sobre essa visão ampla da saúde pública trazendo questões sociais, econômicas, ambientais, políticas, nesse contexto que chamamos, na saúde pública, de determinantes sociais de saúde”, afirma ela.

A professora, que tem participado de grupos de combate à desinformação sobre a pandemia da Covid-19 no Brasil, analisa que será inevitável abordar questões que estão sendo interpretadas de formas erradas, como o papel infodemia e da informação, não só para a Covid.

Na coluna de estreia, abordará o conceito de sindemia, ou seja, interação sinérgica entre duas doenças de modo que uma agrava os efeitos da outra. Ela afirma que esse fênomeno aconteceu em meio à pandemia do coronavírus e a obesidade.

“A consequência é muito maior do que se você olhar só para a Covid ou só para a obesidade. Isso tem o componente das desigualdades locais, condições sociais e condições sociais”, diz.

Segundo a pesquisadora, a primeira coluna será uma espécie de chamada para mostrar que, sem a compreensão dos problemas, nunca será possível resolver a raiz deles. "E, assim, a gente vai acabar falando de epidemias todo ano", diz.

Castro é formada em estatística na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), fez mestrado em demografia na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e doutorado em Princeton (EUA). Ela pesquisa malária no Brasil desde 1999, é uma das principais especialistas no uso de análise espacial para entender a dinâmica de doenças infecciosas e dá aulas em Harvard desde 2006.

Nesta pandemia, trabalhou com o time técnico do Ministério da Saúde e integra o Observatório Covid-19 BR, que divulga informação científica por redes sociais.​

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