Descrição de chapéu Obituário João Baptista Alves Xavier (1934 - 2021)

Mortes: Arquiteto, artista plástico e fã de vinhos, projetou a vida em frases

João Xavier morreu enquanto dormia, aos 86 anos

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São Paulo

O otimismo era uma das marcas do arquiteto, fotógrafo e artista plástico João Xavier. Para ele, os problemas sempre tinham solução. "Tudo vem para o bem!", dizia.

As frases para ilustrar situações da vida e do cotidiano eram emblemáticas. "O que tem que ser, tem que ser e assim será", também repetia.

Natural de Botucatu (a 238 km de SP), João era o segundo entre cinco filhos do clínico geral Francisco de Paula Xavier e de Cynira Alves de Paula Xavier.

Ainda criança, mudou-se para Penápolis, também no interior do estado, e depois para a capital paulista. Em 1959, casou-se com Diva Jacqueline Bemelmans, com quem teve dois filhos.

João Baptista Alves Xavier (1934-2021)
João Baptista Alves Xavier (1934-2021) - Arquivo pessoal

Festeiro e animado, João gostava de comemorar seus aniversários e da vida cultural intensa que a noite paulistana oferece —teatro, música e exposições, por exemplo. "A vida é uma coisa fantástica! A vida é uma loucura! A vida é esquisitinha! A vida tem que ser vivida com prazer!" repetia com frequência.

Apaixonado por vinhos, fez cursos para sommelier e frequentava grupos sobre o tema. Segundo o empresário Filipe Bemelmans Xavier, 58, seu filho, João também gostava de cozinhar. "Ele lia as receitas e fazia à sua maneira", diz.

Fonte inesgotável de cultura, para a jornalista Miriam Bemelmans, sua sobrinha, a conversa com João valia como uma aula.

Formado em arquitetura na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, ele também foi professor de desenho artístico, desenho industrial e de comunicação visual na unidade. João fez cursos de metadesign, de teoria da informação e de comunicação de massa, este com o italiano Umberto Eco.

De acordo com Míriam, desde 1978 como artista plástico, João participou de exposições coletivas como a do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a do Museu da Imagem e do Som de São Paulo.

Individualmente, expôs na Galeria Itaú, na capital paulista, em 1978 —foi a primeira—, na Galeria Artespaço, em Recife (1982), e no Paço das Artes, em São Paulo (1983), entre outros espaços.

Na arquitetura, João ganhou o primeiro lugar nos concursos do Paço Municipal de Osasco e o do edifício administrativo da Universidade Federal de Uberlândia.

Entre os trabalhos de destaque estão o projeto para a Igreja do Colégio Santo Américo, no Morumbi (zona sul), o edifício de cursos da Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo) e o edifício para o Sedes Sapientiae. Atualmente, João preparava pinturas para uma exposição.

João morreu no dia 19 de outubro, aos 86 anos, enquanto dormia. Ele deixa a esposa, dois filhos e três netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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