Descrição de chapéu Obituário Raul Alfredo Melo Fajardo (1941 - 2021)

Mortes: Criativo e inovador, montou a primeira TV a cabo no Brasil

Em 1972, Raul Alfredo Melo Fajardo trocou a Argentina pelo Brasil

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São Paulo

O argentino Raul Alfredo Melo Fajardo ensinou aos filhos a importância da inovação e do empreendedorismo, além de mostrar a eles como levar uma vida mais leve. Visionário, afirmava que um especialista sabia um pouco de tudo e, ao mesmo tempo, um pouco de nada.

Piadas e frases engraçadas não faltavam no cardápio diário. Raul brincava com tudo. "No meu velório eu não vou", dizia.

Natural de Corrientes, Raul Alfredo chegou a cursar até o 4º ano de medicina numa universidade em Buenos Aires. Mas devido à ditadura no país, acabou se mudando com a família para o Brasil em 1972.

Raul Alfredo Melo Fajardo (1941-2021)
Raul Alfredo Melo Fajardo (1941-2021) - Arquivo pessoal

"Como ele trabalhava com rádio, foi perseguido e torturado. Na época, já era casado e tinha filhos", conta o empresário Raul Felipe Melo Fajardo, 24, um dos filhos.

Raul Alfredo morou na capital paulista —viveu no Copam—, e em Ilhabela (a 198 km de SP). Fotógrafo criativo e apaixonado, tinha o próprio banco de imagens. Antes de mudar-se para Presidente Prudente (a 558 km de SP), em 1985, trabalhou na extinta Revista Manchete.

Em Presidente Prudente, Raul inaugurou a fase da inovação em sua vida. Ele deu o primeiro curso de computação, abriu uma loja de computadores e uma desenvolvedora de programas e em 1987 montou a primeira TV a cabo do Brasil, com programação estrangeira captada por satélite.

Na década de 1990, começou a trabalhar com hidroponia (cultivo de plantas dentro de estufas sem uso de solo) e aeroponia (cultivo de plantas suspensas no ar). Em 2018, foi precursor em obras de arte convertidas em criptoativos, segundo o programador Axel Melo, 49, um dos filhos.

A advogada Cléria Fajardo, 47, era companheira de Raul. A diferença de 33 anos de um para outro nunca pesou, diz ela.

"Ele foi meu guia, tutor, marido, companheiro de viagem, consultor profissional. Eu o conheci quando estava no terceiro ano de direito, em abril de 1997, e fui morar com ele em agosto do mesmo ano. Ficamos juntos por 24 anos e dois meses. O último respiro dele foi ao meu lado", conta.

Aos 67 anos, Raul decidiu que precisava fechar alguns ciclos. Encontrou-se com a primeira namorada, de quando tinha 15 anos de idade, e com amigos que o ajudaram. Agradeceu a todos. Neuza Simões, a ex-mulher, nunca saiu de perto da família, conforme desejo de Raul.

Ele morreu dia 25 de outubro, aos 80 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Além da esposa, deixa filhos e netos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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