O jornalista, advogado e sindicalista Uriel Villas Boas era um leitor voraz do Agora e da Folha.
Participativo, suas opiniões fortes faziam parte do dia a dia dos jornais, com comentários enriquecedores sobre o noticiário político e de atualidades, principalmente em relação ao atual governo federal.
Entusiasta da liberdade de expressão e de imprensa, com frequência contribuía com o debate público através dos jornais.
A última contribuição para o Agora foi para a coluna Desabafo. “A CPI do Senado Federal ao que consta vai propor o indiciamento do presidente Bolsonaro pelo seu comportamento inadequado em relação à saúde dos brasileiros. Que ele receba a punição que merece”, escreveu em 15 de outubro.
No dia seguinte, a comunicação e o movimento sindical perderam um pouco de sua graça. Aos 82 anos, Uriel não resistiu a um infarto.
Natural de Montes Claros (MG), passou a maior parte da vida em Santos. Durante 46 anos, trabalhou na Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista) —atualmente parte da Usiminas. Uriel presidiu o Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista, foi membro da Associação dos Metalúrgicos Aposentados e da coordenação do Fórum da Cidadania de Santos.
Entre 2003 e 2004, foi vereador em Santos pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), ocupando uma vaga de suplente. Depois, filiou-se ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil) e se candidatou a vereador nas últimas eleições, mas não foi eleito.
Lutador incansável, não se conformava com a desigualdade social. “Ele morreu tentando mudar o mundo”, afirma a costureira Helenice Romano, 67, sua companheira havia 42 anos.
Atualmente, lutava por um salário melhor aos aposentados. “Sempre na luta. Desde que eu o conheci dentro do sindicato —eu era secretária dele—essa parte bonita que ele tinha, a de dedicação, que me cativou. Ele era íntegro e um exemplo de político honesto”, conta.
“Não conheci uma pessoa tão carinhosa, amável e ligada nas coisas humanitárias como ele”, diz Helenice.
Para a família, no dia a dia Uriel era um homem generoso, educado, carinhoso, alegre, dedicado e muito preocupado com os filhos. Gostava de abraço, carinho e queria estar sempre perto, segundo Helenice.
Uriel deixa a companheira, quatro filhos e quatro netos.
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